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Ações reforçam presença na Baixada Santista
FAUSTO SIQUEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS
Os atentados contra unidades
da Polícia Militar no Guarujá, na
madrugada de ontem, e em São
Vicente, na noite de anteontem,
reforçam indícios deixados por
ações anteriores de que a Baixada
Santista seja uma base preferencial de operações do PCC, embora
autoridades policiais e do Ministério Público discordem da tese.
No Guarujá, às 3h de ontem,
disparos contra o posto comunitário da PM no bairro Santa Cruz
dos Navegantes (periferia da cidade) feriram o soldado Fernando
da Silva Bezerra -alvejado com
sete tiros-, quebraram vidros,
móveis e computadores.
Em São Vicente, um grupo a
bordo de uma Fiat Fiorino abriu
fogo às 22h de anteontem contra
uma Sprinter que aloja base móvel da PM -14 tiros atingiram o
veículo. Nenhum acertou os dois
policiais. "Os disparos sequenciais deram a impressão de que se
tratava de metralhadora", disse o
major Edinaldo Cirino dos Santos. Os criminosos, posteriormente, incendiaram a Fiorino.
O delegado Milson Sérgio Calves diz não encontrar relação entre o caso de ontem e eventuais
ações do PCC no município. Segundo ele, a maioria dos 350 presos da cadeia local é ligada ao Comando Democrático da Liberdade, facção rival do PCC.
Para o promotor Márcio Sérgio
Cristino, os dois casos não indicam, necessariamente, uma opção do PCC pela Baixada Santista
como base operacional.
"Não conheço nenhuma especificidade, a não ser o fato de se atribuir ao Gulu o domínio do PCC e
o controle do tráfico na região do
litoral", afirmou. Detido na penitenciária de Presidente Bernardes, Sandro Henrique da Silva
Santos, o Gulu, é um dos atuais líderes da facção criminosa.
No último dia 5, a Polícia Civil
prendeu em Santos Robson Lima
Ferreira, o Marcolinha, cujo apelido decorre dos estreitos laços que
o unem a Marcos Willians Herbas
Camacho, o Marcola, outro líder
do PCC preso em Bernardes.
Em fevereiro, houve outra prisão de um acusado de manter vínculos com o PCC, o então presidente da torcida Sangue Jovem,
do Santos Futebol Clube, Ricardo
Przygoda, acusado pela polícia de
fazer negócios com tráfico de drogas para a organização.
O atentado ao fórum de São Vicente, que matou um estagiário
de direito e feriu um vigia, em fevereiro de 2002, também foi atribuído ao PCC. Todos os acusados
foram presos. No mês anterior,
também na cidade, ônibus com 17
funcionários de penitenciárias sofreu emboscada. Um agente morreu e oito ficaram feridos.
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