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São Paulo, terça-feira, 04 de novembro de 2003

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Ações reforçam presença na Baixada Santista

FAUSTO SIQUEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS

Os atentados contra unidades da Polícia Militar no Guarujá, na madrugada de ontem, e em São Vicente, na noite de anteontem, reforçam indícios deixados por ações anteriores de que a Baixada Santista seja uma base preferencial de operações do PCC, embora autoridades policiais e do Ministério Público discordem da tese.
No Guarujá, às 3h de ontem, disparos contra o posto comunitário da PM no bairro Santa Cruz dos Navegantes (periferia da cidade) feriram o soldado Fernando da Silva Bezerra -alvejado com sete tiros-, quebraram vidros, móveis e computadores.
Em São Vicente, um grupo a bordo de uma Fiat Fiorino abriu fogo às 22h de anteontem contra uma Sprinter que aloja base móvel da PM -14 tiros atingiram o veículo. Nenhum acertou os dois policiais. "Os disparos sequenciais deram a impressão de que se tratava de metralhadora", disse o major Edinaldo Cirino dos Santos. Os criminosos, posteriormente, incendiaram a Fiorino.
O delegado Milson Sérgio Calves diz não encontrar relação entre o caso de ontem e eventuais ações do PCC no município. Segundo ele, a maioria dos 350 presos da cadeia local é ligada ao Comando Democrático da Liberdade, facção rival do PCC.
Para o promotor Márcio Sérgio Cristino, os dois casos não indicam, necessariamente, uma opção do PCC pela Baixada Santista como base operacional.
"Não conheço nenhuma especificidade, a não ser o fato de se atribuir ao Gulu o domínio do PCC e o controle do tráfico na região do litoral", afirmou. Detido na penitenciária de Presidente Bernardes, Sandro Henrique da Silva Santos, o Gulu, é um dos atuais líderes da facção criminosa.
No último dia 5, a Polícia Civil prendeu em Santos Robson Lima Ferreira, o Marcolinha, cujo apelido decorre dos estreitos laços que o unem a Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, outro líder do PCC preso em Bernardes.
Em fevereiro, houve outra prisão de um acusado de manter vínculos com o PCC, o então presidente da torcida Sangue Jovem, do Santos Futebol Clube, Ricardo Przygoda, acusado pela polícia de fazer negócios com tráfico de drogas para a organização.
O atentado ao fórum de São Vicente, que matou um estagiário de direito e feriu um vigia, em fevereiro de 2002, também foi atribuído ao PCC. Todos os acusados foram presos. No mês anterior, também na cidade, ônibus com 17 funcionários de penitenciárias sofreu emboscada. Um agente morreu e oito ficaram feridos.


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