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AGENDA DA TRANSIÇÃO
Prefeito eleito defende mudança no índice de correção dos débitos de Estados e municípios com a União
Serra quer frente para rediscutir dívida
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O prefeito eleito de São Paulo,
José Serra (PSDB), vai procurar
governadores e outros prefeitos
para discutir com o governo federal mudanças no critério de pagamento da dívida dos Estados e
municípios com a União.
Na campanha, em visita ao prefeito do Rio, Cesar Maia (PFL),
Serra defendeu uma negociação
com o governo federal para substituição do índice aplicado: do
IGP-M (Índice Geral de Preços do
Mercado) pelo IPCA (Índice de
Preços ao Consumidor Amplo).
Vulnerável às oscilações do dólar,
o IGP-M chega a ser três pontos
percentuais maior do que o IPCA
ao longo do ano.
Segundo aliados e assessores de
Serra, ele retomará a proposta
agora. Antes, buscará reforços entre outros interessados em reavaliar os pagamentos da dívida. "É
preciso conversar com o governo
federal, chamando prefeitos e governadores", disse o deputado Alberto Goldman (PSDB-SP).
Serra já marcou, para a semana
que vem, um encontro com o governador de Minas Gerais, Aécio
Neves (PSDB). Para Aécio, as negociações podem avançar porque
"o próprio governo é o maior interessado na boa saúde financeira
de Estados e municípios".
O próprio Cesar Maia já deu seu
apoio à proposta.
Limite
Além do índice de correção, um
problema afeta especialmente São
Paulo. Em maio, vence a "anistia"
concedida pelo Senado para o enquadramento das contas públicas
à Lei de Responsabilidade Fiscal.
Fora do limite, a prefeitura está
sujeita a sanções, como a suspensão de repasses federais.
Pela lei, a dívida do município
tem de representar até 120% da
receita. Em São Paulo, essa relação chega a 233%.
Serra terá de convencer o Tesouro Nacional a dilatar esse prazo. Cotado para assumir uma secretaria no governo Serra, o economista José Roberto Afonso -
apontado como o "pai" da Lei de
Responsabilidade Fiscal- afirma
que esse é um "problema coletivo
e a saída, também".
O secretário de Economia e Planejamento do Estado, Andrea Calabi, defende a dilatação do prazo
para o ajuste fiscal e a alteração do
índice de correção. "Essa é uma
discussão federativa", afirmou.
A Secretaria de Finanças divulgou ontem uma nota segundo a
qual a prefeitura "fechou todos os
períodos deste ano com as contas
equilibradas". De acordo com a
nota, "o segundo quadrimestre
foi fechado com um superávit de
R$ 458,142 milhões" e houve uma
redução, neste ano, "em mais de
11 pontos percentuais da relação
entre Dívida Consolidada Líquida
(DCL) e Receita Corrente Líquida
(RCL), fechando o segundo quadrimestre em 233,49%".
Colaborou Conrado Corsalette, da Reportagem Local
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