São Paulo, quinta-feira, 04 de novembro de 2004

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VIOLÊNCIA

Ladrões permaneceram quatro horas e meia no prédio da zona sul, que tem 11 andares e um apartamento em cada um

Grupo leva R$ 1 mi em arrastão em Moema

ANDRÉ CARAMANTE
DO "AGORA"

Armados com fuzis, metralhadoras, revólveres, pistolas e até mesmo granadas, cerca de 20 homens invadiram e assaltaram ontem o edifício Correggio, um prédio de alto padrão localizado na avenida Agami, em Moema (bairro de classe média situado na zona sul de São Paulo).
O assalto, que durou quatro horas e meia, rendeu mais de R$ 1 milhão à quadrilha, segundo cálculos da polícia.
Os ladrões, descritos pelos moradores como "extremamente calmos e profissionais", portavam radiotransmissores na freqüência da Polícia Militar.
O prédio tem 11 andares, sendo um apartamento por andar. Por volta das 6h, segundo um segurança do prédio, dois homens pularam o muro lateral do lugar e o renderam, juntamente com o porteiro, na guarita principal.
Sem despertar a atenção de quem passava pela avenida, os dois primeiros ladrões obrigaram o segurança e o porteiro a abrir os dois portões da garagem para que um Gol preto e um Audi, com mais integrantes da quadrilha, entrassem. Normalmente, o portão interno só é aberto quando o outro, o da rua, é fechado.
Já na garagem do prédio, parte do grupo rendeu um morador que saía para ir à academia de ginástica. Ele foi obrigado a retornar ao seu apartamento.

Grupos
Enquanto isso, a quadrilha se dividiu em dois grupos: um rendia outros moradores que também chegavam à garagem e outro passou a invadir os apartamentos, inclusive o de um banqueiro.
Enquanto faziam o arrastão nos apartamentos, os criminosos, que contavam com um outro grupo do lado de fora, para apoio no caso de chegada da polícia, monitoravam a freqüência dos rádios da Polícia Militar.
Além de dólares, euros, reais, eletroeletrônicos e jóias -avaliados, segundo a polícia, em mais de R$ 1 milhão-, os ladrões fugiram, às 10h30, exatas quatro horas e meia após o início da ação, levando um Audi -achado depois no bairro do Jabaquara (zona sul de São Paulo)- e uma perua Ecosport, ainda sumida. A polícia suspeita que os ladrões procuravam um doleiro.
Dos 11 apartamentos existentes no Correggio, apenas o do quinto andar, onde não havia ninguém morando, não foi invadido. Nenhum morador foi agredido pelos ladrões. O segurança que foi rendido no início da ação foi agredido com coronhadas porque teria demorado a abrir os portões da garagem.

Câmeras de segurança
O Edifício Correggio tem um esquema de segurança que inclui 15 câmeras de monitoramento e conta, ainda, com dois seguranças contratados junto à Power Segurança. Nenhum morador tem controle remoto para abrir os dois portões da garagem. Essa função é exercida pelos seguranças que ficam ao lado da guarita principal do prédio.
Procurados pela reportagem, os administradores do Correggio e os diretores da Power Segurança não quiseram se pronunciar sobre o roubo.
A Secretaria da Segurança Pública não revela o total de roubos a condomínios de luxo ou prédios na capital neste ano.


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