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VIOLÊNCIA
Ladrões permaneceram quatro horas e meia no prédio da zona sul, que tem 11 andares e um apartamento em cada um
Grupo leva R$ 1 mi em arrastão em Moema
ANDRÉ CARAMANTE
DO "AGORA"
Armados com fuzis, metralhadoras, revólveres, pistolas e até
mesmo granadas, cerca de 20 homens invadiram e assaltaram ontem o edifício Correggio, um prédio de alto padrão localizado na
avenida Agami, em Moema (bairro de classe média situado na zona sul de São Paulo).
O assalto, que durou quatro horas e meia, rendeu mais de R$ 1
milhão à quadrilha, segundo cálculos da polícia.
Os ladrões, descritos pelos moradores como "extremamente
calmos e profissionais", portavam
radiotransmissores na freqüência
da Polícia Militar.
O prédio tem 11 andares, sendo
um apartamento por andar. Por
volta das 6h, segundo um segurança do prédio, dois homens pularam o muro lateral do lugar e o
renderam, juntamente com o
porteiro, na guarita principal.
Sem despertar a atenção de
quem passava pela avenida, os
dois primeiros ladrões obrigaram
o segurança e o porteiro a abrir os
dois portões da garagem para que
um Gol preto e um Audi, com
mais integrantes da quadrilha, entrassem. Normalmente, o portão
interno só é aberto quando o outro, o da rua, é fechado.
Já na garagem do prédio, parte
do grupo rendeu um morador
que saía para ir à academia de ginástica. Ele foi obrigado a retornar ao seu apartamento.
Grupos
Enquanto isso, a quadrilha se
dividiu em dois grupos: um rendia outros moradores que também chegavam à garagem e outro
passou a invadir os apartamentos,
inclusive o de um banqueiro.
Enquanto faziam o arrastão nos
apartamentos, os criminosos, que
contavam com um outro grupo
do lado de fora, para apoio no caso de chegada da polícia, monitoravam a freqüência dos rádios da
Polícia Militar.
Além de dólares, euros, reais,
eletroeletrônicos e jóias -avaliados, segundo a polícia, em mais
de R$ 1 milhão-, os ladrões fugiram, às 10h30, exatas quatro horas
e meia após o início da ação, levando um Audi -achado depois
no bairro do Jabaquara (zona sul
de São Paulo)- e uma perua
Ecosport, ainda sumida. A polícia
suspeita que os ladrões procuravam um doleiro.
Dos 11 apartamentos existentes
no Correggio, apenas o do quinto
andar, onde não havia ninguém
morando, não foi invadido. Nenhum morador foi agredido pelos
ladrões. O segurança que foi rendido no início da ação foi agredido com coronhadas porque teria
demorado a abrir os portões da
garagem.
Câmeras de segurança
O Edifício Correggio tem um esquema de segurança que inclui 15
câmeras de monitoramento e
conta, ainda, com dois seguranças
contratados junto à Power Segurança. Nenhum morador tem
controle remoto para abrir os dois
portões da garagem. Essa função
é exercida pelos seguranças que
ficam ao lado da guarita principal
do prédio.
Procurados pela reportagem, os
administradores do Correggio e
os diretores da Power Segurança
não quiseram se pronunciar sobre o roubo.
A Secretaria da Segurança Pública não revela o total de roubos a
condomínios de luxo ou prédios
na capital neste ano.
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