São Paulo, quinta-feira, 04 de novembro de 2004

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Estudante é acusado de matar a mãe e a irmã a facadas no Rio

LIGIA DINIZ
DA SUCURSAL DO RIO

O estudante de psicologia Daniel Neves Mentzingen, 26, foi preso na manhã de ontem acusado de matar a facadas a mãe e a irmã, na casa da família, em Vargem Grande (zona oeste do Rio).
Daniel afirmou à Folha que matou as duas porque, desde a infância, tinha "muita mágoa e ressentimento" contra a família e porque a mãe fazia coisas que ele "não julgava certas". A irmã, recém-separada, havia voltado a morar com os pais havia duas semanas, segundo a polícia.
Detido na 16ª Delegacia de Polícia (Barra da Tijuca, zona oeste), Daniel disse que tinha comprado a faca havia alguns dias já com a intenção de matar a mãe, a assistente social Jane Neves Mentzingen, 52, e a irmã, a publicitária Juliana Neves Mentzingen, 27.
De acordo com o delegado Tullio Antonio Pelosi, por volta das 9h de ontem, vizinhos ouviram os gritos da mãe do estudante e, quando entraram na casa, Daniel, que já havia matado Juliana, estava atacando a mãe.
Ao chegar à casa -em um condomínio de classe média-, a polícia encontrou o rapaz na varanda, com as roupas sujas de sangue e a faca na mão. Após o crime, ele usou uma pá para quebrar os carros das vítimas. Segundo o delegado, o estudante declarou que os pais davam mais dinheiro a Juliana e que haviam se recusado a comprar um carro para ele.
Pai de Daniel e Juliana, o economista Alceu de Mentzingen não estava na casa na hora do crime. Ele teria dito à polícia que o filho já havia sido internado duas vezes para tratamento psiquiátrico e era viciado em cocaína e álcool.
Pelosi afirmou que o estudante será indiciado por duplo homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe e tortura -as mulheres tiveram o corpo inteiro esfaqueado. Até as 20h de ontem, ele esperava para ser levado à carceragem da Polinter (centro).
O advogado de defesa poderá alegar insanidade mental para que ele cumpra pena em um manicômio judiciário. Daniel declarou que não havia consumido drogas no momento do crime.
Ele disse se arrepender de ter deixado a família "se deteriorar" e de ter começado a consumir drogas aos 14 anos. Segundo o delegado, o estudante disse que, se seu pai estivesse em casa, também teria sido morto. À Folha, no entanto, Daniel negou e afirmou que a mãe não tinha bom relacionamento com o marido. "Ele era escravo dela. Agora meu pai vai poder ter uma nova vida", afirmou o estudante.


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