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O problema é estrutural, diz controlador
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Wellington Rodrigues,
presidente da Associação
de Controladores de Vôo,
afirma que, após o acidente com o avião da Gol, que
matou 154 pessoas, o nível
de estresse e o cansaço aumentaram muito no centro de controle do tráfego
aéreo de Brasília.
"Teve um controlador
que teve um AVC (acidente vascular cerebral, derrame) em serviço. Outro
ficou catatônico diante do
monitor e teve gente que
desmaiou", disse.
Segundo ele, os controladores iam chorar no banheiro e voltavam para
trabalhar de olhos vermelhos. Rodrigues diz que a
Aeronáutica enviou cinco
psicólogos para o setor.
Ainda de acordo com o
presidente da associação,
essa situação causou cerca
de 20 dispensas médicas,
sendo que quatro foram
casos de internação hospitalar. "Nós já vínhamos
atuando no limite. Foi a
gota d'água", afirmou.
Ele rechaça a idéia de
que tenha havido algum tipo de acordo com o governo para reduzir os atrasos
nos aeroportos. "A atitude
[de trabalho] é a mesma."
Rodrigues diz que os
controladores não fizeram
reivindicações ao ministro
Waldir Pires (Defesa).
"Não sou sindicalista, sou
controlador de tráfego aéreo. Não fomos lá fazer reivindicações, fomos pedir
socorro." Segundo ele,
uma eventual gratificação
salarial não vai ser solução. "Não resolve, o problema é estrutural", disse.
Rodrigues diz que hoje
um controlador chega a ficar uma hora acompanhado o mesmo avião. "Isso
não existe em lugar nenhum do mundo."
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