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Para operadores, saída de militares deve reduzir crise
DA REPORTAGEM LOCAL
Acabar com os vínculos entre
os controladores de tráfego aéreo e os rígidos critérios adotados pela Força Aérea Brasileira
para monitorá-los. Essa é, segundo controladores de vôo
que conversaram com a Folha
sob a condição de anonimato, a
mais importante mudança a
ocorrer no controle do tráfego
aéreo nos próximos meses.
Dois controladores do Cindacta 1 (Centro Integrado de
Defesa e Controle de Tráfego
Aéreo), em Brasília, e um instrutor do Icea (Instituto de
Controle do Espaço Aéreo), em
São José dos Campos (91 km de
São Paulo), disseram que o distanciamento da categoria do
militarismo facilitará a fiscalização da sociedade.
Devido ao acidente com o
Boeing da Gol e o jato Legacy,
em 29 de setembro, que causou
a morte de 154 pessoas, oito
controladores de vôo do Cindacta 1 foram afastados. Isso,
na visão dos controladores, "é
um indício de que a FAB tenta
fazer com que a corda estoure
para o lado deles, o mais fraco."
"O colapso está no sistema.
Com o crescimento das empresas aéreas, o governo tem de
prestar atenção à infra-estrutura. Não adianta acreditar
que, porque somos militares,
temos de agüentar todo o tipo
de pressão. A hierarquia do regime militar destrói. Muitas
vezes, quando estamos de folga, somos escalados para ficar
de plantão na porta do quartel,
com fuzil na mão", disse um
deles.
(ANDRÉ CARAMANTE)
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