São Paulo, sábado, 04 de novembro de 2006

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Para operadores, saída de militares deve reduzir crise

DA REPORTAGEM LOCAL

Acabar com os vínculos entre os controladores de tráfego aéreo e os rígidos critérios adotados pela Força Aérea Brasileira para monitorá-los. Essa é, segundo controladores de vôo que conversaram com a Folha sob a condição de anonimato, a mais importante mudança a ocorrer no controle do tráfego aéreo nos próximos meses.
Dois controladores do Cindacta 1 (Centro Integrado de Defesa e Controle de Tráfego Aéreo), em Brasília, e um instrutor do Icea (Instituto de Controle do Espaço Aéreo), em São José dos Campos (91 km de São Paulo), disseram que o distanciamento da categoria do militarismo facilitará a fiscalização da sociedade.
Devido ao acidente com o Boeing da Gol e o jato Legacy, em 29 de setembro, que causou a morte de 154 pessoas, oito controladores de vôo do Cindacta 1 foram afastados. Isso, na visão dos controladores, "é um indício de que a FAB tenta fazer com que a corda estoure para o lado deles, o mais fraco."
"O colapso está no sistema. Com o crescimento das empresas aéreas, o governo tem de prestar atenção à infra-estrutura. Não adianta acreditar que, porque somos militares, temos de agüentar todo o tipo de pressão. A hierarquia do regime militar destrói. Muitas vezes, quando estamos de folga, somos escalados para ficar de plantão na porta do quartel, com fuzil na mão", disse um deles. (ANDRÉ CARAMANTE)


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