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Setor de turismo promete ressarcir cliente
Associação das operadoras anunciou que passageiros prejudicados por crise nos aeroportos serão reembolsados integralmente
Rede hoteleira ainda não avaliou o prejuízo causado pelas desistências, mas diz que ocupação das vagas ficou abaixo do esperado
REGIANE SOARES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A Braztoa (Associação Brasileira das Operadoras de Turismo) anunciou ontem que os
clientes que desistiram ou não
puderam viajar no feriado de
Finados por causa dos atrasos e
cancelamentos de vôos serão
ressarcidos "integralmente". A
entidade ainda não tem um número exato das pessoas que
deixaram de viajar e admitiu
que o setor terá prejuízos na
"casa dos milhões".
O presidente da Braztoa, José Zuquim, ressaltou que as desistências foram alheias à vontade dos passageiros e que a entidade vai intermediar a devolução do valor que já foi pago
aos hotéis e companhias aéreas. "A responsabilidade [pelos atrasos nos vôos] não é nossa, mas somos solidários aos
passageiros", afirmou.
Zuquim disse que o número
de pessoas que deixaram de
viajar foi menor do que ele imaginava, mas não soube dizer
quanto. Ele teve como base a
desistência dos clientes de sua
operadora: apenas 5% deles
cancelaram a viagem.
O presidente da Abih (Associação Brasileira da Indústria
de Hotéis), Eraldo Cruz, também disse que ainda não tem
como mensurar o prejuízo da
hotelaria. Ele adiantou que
"com certeza" houve baixa na
ocupação de hotéis do Rio, Florianópolis e Recife, onde 25%
dos pacotes previstos para o feriado foram cancelados.
Em Pernambuco, a crise levou cerca de 3.500 pessoas a
cancelarem suas reservas em
hotéis e pousadas. O prejuízo
diário com os cancelamentos é
estimado em US$ 332,5 mil (R$
705 mil), considerando-se que
cada turista gasta, em média,
US$ 95 por dia com hospedagem, alimentação, transporte,
compras e lazer.
As companhias aéreas também não informaram quanto
foi o prejuízo causado pela operação-padrão dos controladores de vôo. A assessoria da Gol
diz não saber quanto foi o gasto
extra da empresa. A assessoria
da TAM afirmou que o levantamento deverá ser divulgado
apenas na próxima semana.
O comandante Ronaldo Jenkins, assessor de Segurança de
Vôo do SNEA (Sindicato Nacional de Empresas Aeroviárias),
disse que aumentou em 30% o
consumo de combustível das
companhias aéreas nos últimos
15 dias. O motivo, segundo ele,
está na atraso dos vôos. Mesmo
no chão, o avião tem de ficar
com o motor ligado para que o
ar condicionado e outros equipamentos funcionem. O combustível representa 35% dos
custos das companhias aéreas.
Procon
O Procon de Foz do Iguaçu
(PR) autuou a TAM, Gol, Infraero (estatal que administra
os aeroportos), Anac (Agência
Nacional de Aviação Civil) e
FAB (Força Aérea Brasileira)
pelos atrasos e cancelamentos
de vôos no aeroporto da cidade.
Segundo o coordenador do
Procon no município, Cássio
Machado, as multas podem variar de R$ 200 a R$ 3,1 milhões
por empresa ou órgão autuado.
"Há prazo de dez dias para
defesa e, em última instância,
sabemos que todos vão culpar a
União pela situação", disse.
Colaboraram FÁBIO GUIBU, JOSÉ MASCHIO e MARI TORTATO, da Agência Folha
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