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Universidade precisa de ao menos
70 obras nos próximos 4 anos
Investimentos na área deverão duplicar para R$ 90 milhões, calcula órgão da reitoria
RICARDO WESTIN
DA REPORTAGEM LOCAL
Os alunos de história e geografia estudam no meio de fios
elétricos expostos e de mofo
nas paredes descascadas. Os de
arquitetura enfrentam goteiras
toda vez que chove. E os de química precisam se desviar dos
equipamentos de laboratório
empilhados nos corredores.
Para resolver esses e outros
problemas, o futuro reitor da
Universidade de São Paulo precisará dobrar o valor hoje gasto
com reformas, aponta um plano recém-elaborado pela Coesf
(Coordenadoria do Espaço Físico), órgão da reitoria que
aprova obras e libera verbas.
De R$ 45 milhões aplicados
ao longo dos últimos quatro
anos, os investimentos em reformas durante os próximos
quatro deverão saltar para
R$ 90 milhões. A Coesf aponta
mais de 70 obras prioritárias.
Para que a conta feche, o futuro reitor da USP terá de aumentar os recursos destinados
à Coesf -de 0,8% para 1% do
orçamento total- e ao mesmo
tempo reduzir os gastos com a
construção de prédios novos.
Essa proposta será analisada
pelo Conselho Universitário.
O foco na construção de prédios nos últimos anos foi necessário para atender à expansão
de vagas e cursos. Em 2005, a
área construída na USP era de
1,601 milhão de metros quadrados. Agora, é de 1,722 milhão.
Entre as obras mais recentes
estão o edifício do Instituto
Oceanográfico, o prédio de química ambiental em São Carlos
e o bloco de cinema e TV da Escola de Comunicações e Artes.
"Passada a expansão, o desafio é a recuperação", diz João
Cyro, que coordena a Coesf.
Entre as 70 reformas prioritárias está a restauração da fachada do histórico Museu do
Ipiranga, que é da USP. No Instituto de Ciências Biomédicas,
a necessidade são saídas de
emergência. A FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e
Ciências Humanas) precisa ter
o sistema elétrico trocado. E o
campus de Ribeirão Preto necessita de uma rede de escoamento de águas da chuva.
Parte dos edifícios requer
adaptações para deficientes,
como piso especial e rampas
-exigência que não havia em
meados do século passado,
quando a Cidade Universitária,
em São Paulo, foi construída.
Os candidatos a reitor -o segundo turno será nesta terça-
concordam nessa questão. "Para que estejam entre os melhores, os cursos precisam de infraestrutura adequada", diz
Glaucius Oliva. "Se continuar
assim, a USP perderá posição
nos rankings internacionais",
afirma João Grandino Rodas.
"Não pode haver prédios melhores que outros na universidade", diz Armando Corbani.
Além dos recursos da Coesf,
as escolas da USP podem obter
dinheiro de fundações de apoio
e de entidades de fomento.
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