São Paulo, quarta-feira, 04 de novembro de 2009

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Universidade precisa de ao menos 70 obras nos próximos 4 anos

Investimentos na área deverão duplicar para R$ 90 milhões, calcula órgão da reitoria

RICARDO WESTIN
DA REPORTAGEM LOCAL

Os alunos de história e geografia estudam no meio de fios elétricos expostos e de mofo nas paredes descascadas. Os de arquitetura enfrentam goteiras toda vez que chove. E os de química precisam se desviar dos equipamentos de laboratório empilhados nos corredores.
Para resolver esses e outros problemas, o futuro reitor da Universidade de São Paulo precisará dobrar o valor hoje gasto com reformas, aponta um plano recém-elaborado pela Coesf (Coordenadoria do Espaço Físico), órgão da reitoria que aprova obras e libera verbas.
De R$ 45 milhões aplicados ao longo dos últimos quatro anos, os investimentos em reformas durante os próximos quatro deverão saltar para R$ 90 milhões. A Coesf aponta mais de 70 obras prioritárias.
Para que a conta feche, o futuro reitor da USP terá de aumentar os recursos destinados à Coesf -de 0,8% para 1% do orçamento total- e ao mesmo tempo reduzir os gastos com a construção de prédios novos. Essa proposta será analisada pelo Conselho Universitário.
O foco na construção de prédios nos últimos anos foi necessário para atender à expansão de vagas e cursos. Em 2005, a área construída na USP era de 1,601 milhão de metros quadrados. Agora, é de 1,722 milhão.
Entre as obras mais recentes estão o edifício do Instituto Oceanográfico, o prédio de química ambiental em São Carlos e o bloco de cinema e TV da Escola de Comunicações e Artes.
"Passada a expansão, o desafio é a recuperação", diz João Cyro, que coordena a Coesf.
Entre as 70 reformas prioritárias está a restauração da fachada do histórico Museu do Ipiranga, que é da USP. No Instituto de Ciências Biomédicas, a necessidade são saídas de emergência. A FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas) precisa ter o sistema elétrico trocado. E o campus de Ribeirão Preto necessita de uma rede de escoamento de águas da chuva.
Parte dos edifícios requer adaptações para deficientes, como piso especial e rampas -exigência que não havia em meados do século passado, quando a Cidade Universitária, em São Paulo, foi construída.
Os candidatos a reitor -o segundo turno será nesta terça- concordam nessa questão. "Para que estejam entre os melhores, os cursos precisam de infraestrutura adequada", diz Glaucius Oliva. "Se continuar assim, a USP perderá posição nos rankings internacionais", afirma João Grandino Rodas. "Não pode haver prédios melhores que outros na universidade", diz Armando Corbani.
Além dos recursos da Coesf, as escolas da USP podem obter dinheiro de fundações de apoio e de entidades de fomento.


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