|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
SEGURANÇA
Foram presos 4, acusados de portar dinamite
Polícia diz ter desarticulado plano de fuga simultânea no Rio e em SP
FABIANA CIMIERI
FREE-LANCE PARA A FOLHA
MARIO HUGO MONKEN
DA SUCURSAL DO RIO
A Polícia Civil do Rio informou
ontem ter desarticulado um plano de fuga simultânea de integrantes das facções criminosas
CV (Comando Vermelho) e PCC
(Primeiro Comando da Capital)
presos no Rio e em São Paulo. A
ação estava prevista para a semana que vem, mas havia indícios de
que poderia ser antecipada.
A investigação da DAS (Divisão
Anti-Sequestro) levou à prisão, na
madrugada de ontem, de dois homens e duas mulheres acusados
de portar 3 kg de dinamite em gel,
275 cordéis detonadores, duas
amostras de explosivos C-4 e detonadores por controle remoto.
O delegado da DAS, Fernando
Moraes, disse que a polícia estava
se preparando para agir no início
da ação, mas antecipou a prisão
com medo de que os explosivos
fossem usados para "cometer um
atentado em um prédio público
ou em um shopping".
As investigações, segundo o delegado, foram feitas com base em
escutas instaladas durante uma
semana nos telefones de quatro
integrantes da quadrilha.
A idéia da quadrilha era formar
um "bonde" (comboio) com cerca de 80 traficantes armados ligados ao CV (Comando Vermelho),
explodir o muro de Bangu 4 e invadir o pátio do presídio.
Segundo o delegado, com a
atenção da polícia desviada para
Bangu 4, os criminosos então explodiriam o muro de Bangu 1 e libertariam o traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho
Beira-Mar.
Em Bangu 4 deveriam ser libertados os presos Aníbal Leão Cardoso, Juliano Gonçalves de Oliveira, o Juca, Alexsandro Cardoso
dos Santos, o Chiquinho Meleca,
e dois outros identificados como
Soldado e Nonô. Segundo Moraes, Juca e Chiquinho Meleca são
"os braços-direito" de Beira-Mar.
O esquadrão antibombas avaliou o poder de destruição dos explosivos e concluiu que cada uma
das duas "bananas" de dinamite
poderia abrir um buraco do diâmetro de um caminhão no muro.
Os explosivos são do tipo usado
para implodir pedreiras. Para
Moraes, os traficantes escolheram
o material por dois motivos: pelo
alto poder de destruição e por serem mais fáceis de manejar do
que os explosivos do tipo C-4, que
exigem conhecimento técnico.
Lourival L. da Silva, 30, o Gambá, foi preso em casa, em Duque
de Caxias (Baixada Fluminense).
Vera Lúcia da Fonseca, Carlos Alberto Palucci, o Carlão, e sua filha
Ana Cristina Palucci, grávida de
nove meses, foram presos em Vista Alegre (zona norte).
A polícia de São Paulo afirmou
não ter encontrado ainda ligação
entre os explosivos e os integrantes do PCC presos no Estado.
Túnel
Um túnel de 10 m de extensão e
1,5 m de diâmetro foi descoberto
na Casa de Custódia Bangu 5,.
Cerca de 50 presos tentaram escapar pelo túnel ontem de manhã,
mas a PM conseguiu impedir a fuga. O túnel ligava o pátio ao lado
externo do muro da unidade.
Texto Anterior: Caso Titã: Motoboy diz que sofreu pressão da polícia Próximo Texto: Educação: Reitores dizem que universidades podem parar por falta de recursos Índice
|