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São Paulo, quinta-feira, 04 de dezembro de 2003

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Estado e prefeitura trocam acusações

DA REPORTAGEM LOCAL

O governo do Estado e a Prefeitura de São Paulo trocaram acusações ontem sobre a política educacional do município. O secretário estadual da Educação, Gabriel Chalita, disse que a prefeitura precisa evoluir para que São Paulo não tenha índices "tão vergonhosos" em educação infantil.
"Em todos os níveis [educacionais], estamos melhores que os outros Estados. O único realmente vergonhoso é o da cidade de São Paulo, em termos de educação infantil", disse o secretário.
Chalita se referia aos números divulgados pelo IBGE (Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) anteontem, que mostraram que quase um terço das crianças da cidade de São Paulo com idade entre quatro e sete anos está fora da escola.
Os CEUs (Centros Educacionais Unificados), principal vitrine da política educacional da prefeitura, também foram criticados pelo secretário. "Construir alguns centros unificados e deixar 200 mil crianças fora da escola não é uma proposta responsável. Se a gente for fazer uma proposta educacional séria, a grande linha não seria a construção de CEUs", disse.

Outro lado
O chefe-de-gabinete da Secretaria Municipal da Educação, Enéas Rodrigues, rebateu as críticas, dizendo que Chalita desconhece a política educacional do município. Disse ainda que, enquanto o município aumenta o número de vagas, o Estado diminui.
Ao rebater as críticas aos CEUs, Rodrigues disse que "o Estado apresentou, por decreto, um projeto de escola da família que é uma mera cópia mil vezes piorada da idéia dos CEUs".
Rodrigues disse que os índices do IBGE estão defasados porque se referem a 2000 e que, desde então, foram criadas 63 mil vagas.
O chefe-de-gabinete disse ser preciso considerar que o município não tem a obrigação legal de matricular crianças entre quatro e seis anos, apesar de a prefeitura incentivar isso. Ele disse que todos os pais que procuraram a prefeitura para matricular seus filhos nessa faixa etária foram atendidos. Chalita nega.


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