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Subprefeito da Sé não fica nem 3 meses na função
Mário Jordão Toledo Leme sai e secretaria voltará para as mãos de Andrea Matarazzo
Servidores afirmam que houve desentendimento entre os dois; Matarazzo continuará à frente da pasta das Subprefeituras
DA REPORTAGEM LOCAL
O subprefeito da Sé, Mário
Jordão Toledo Leme, decidiu
deixar a gestão Gilberto Kassab
(DEM) menos de três meses
depois de assumir a função. Ele
informou ontem sua decisão ao
secretário das Subprefeituras,
Andrea Matarazzo, que voltará
a acumular os dois cargos.
A versão oficial para a saída
de Leme é a justificativa de não
ter se adaptado ao trabalho, por
falta de "vocação", segundo informou pela assessoria de imprensa da Subprefeitura da Sé.
A decisão foi divulgada 83
dias após ele ter sido anunciado
oficialmente pela Prefeitura de
São Paulo. Mas Leme só deve
sair oficialmente do cargo de
subprefeito na semana que
vem -podendo atingir 90 dias.
Ele diz que pretende retornar para a polícia -onde esteve
no posto de delegado-geral até
setembro, quando foi substituído pelo governo José Serra
(PSDB) depois de divergências
com Ronaldo Marzagão, secretário da Segurança Pública.
Servidores da gestão Kassab
citavam ontem uma discussão
nos últimos dias entre Leme e
Matarazzo como um possível
motivo para a saída do subprefeito da Sé. O secretário, no entanto, negou a informação.
"Não teve briga nenhuma,
somos amigos há muito tempo", afirmou Matarazzo à Folha. "Ele me falou que teve dificuldades de adaptação. A burocracia às vezes frustra."
Leme foi procurado, mas não
deu entrevista à reportagem.
A Subprefeitura da Sé é a de
maior visibilidade e responsável por algumas bandeiras de
Kassab, como a revitalização da
cracolândia e as reformas das
praças da Sé e da República.
Desde 2005, tem suas decisões centralizadas em Andrea
Matarazzo -mesmo depois
que Leme assumiu a função de
subprefeito, em setembro passado, por indicação do próprio
secretário das Subprefeituras.
Desgaste
Mário Jordão Toledo Leme
havia sido anunciado em setembro como subprefeito da Sé
sob a justificativa de que conhecia bem a região central,
onde foi delegado-seccional.
Ele é formado em direito,
com especializações em administração de empresas e no setor de segurança pública.
Leme havia assumido a chefia da Polícia Civil de São Paulo
no começo do governo Serra.
Além das divergências com
Marzagão, ele havia pedido demissão em meio ao desgaste
por denúncias de corrupção
envolvendo membros da corporação.
(JOSÉ ERNESTO CREDENDIO E ALENCAR IZIDORO)
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