São Paulo, terça-feira, 04 de dezembro de 2007

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Subprefeito da Sé não fica nem 3 meses na função

Mário Jordão Toledo Leme sai e secretaria voltará para as mãos de Andrea Matarazzo

Servidores afirmam que houve desentendimento entre os dois; Matarazzo continuará à frente da pasta das Subprefeituras

DA REPORTAGEM LOCAL

O subprefeito da Sé, Mário Jordão Toledo Leme, decidiu deixar a gestão Gilberto Kassab (DEM) menos de três meses depois de assumir a função. Ele informou ontem sua decisão ao secretário das Subprefeituras, Andrea Matarazzo, que voltará a acumular os dois cargos.
A versão oficial para a saída de Leme é a justificativa de não ter se adaptado ao trabalho, por falta de "vocação", segundo informou pela assessoria de imprensa da Subprefeitura da Sé.
A decisão foi divulgada 83 dias após ele ter sido anunciado oficialmente pela Prefeitura de São Paulo. Mas Leme só deve sair oficialmente do cargo de subprefeito na semana que vem -podendo atingir 90 dias.
Ele diz que pretende retornar para a polícia -onde esteve no posto de delegado-geral até setembro, quando foi substituído pelo governo José Serra (PSDB) depois de divergências com Ronaldo Marzagão, secretário da Segurança Pública.
Servidores da gestão Kassab citavam ontem uma discussão nos últimos dias entre Leme e Matarazzo como um possível motivo para a saída do subprefeito da Sé. O secretário, no entanto, negou a informação.
"Não teve briga nenhuma, somos amigos há muito tempo", afirmou Matarazzo à Folha. "Ele me falou que teve dificuldades de adaptação. A burocracia às vezes frustra."
Leme foi procurado, mas não deu entrevista à reportagem.
A Subprefeitura da Sé é a de maior visibilidade e responsável por algumas bandeiras de Kassab, como a revitalização da cracolândia e as reformas das praças da Sé e da República.
Desde 2005, tem suas decisões centralizadas em Andrea Matarazzo -mesmo depois que Leme assumiu a função de subprefeito, em setembro passado, por indicação do próprio secretário das Subprefeituras.

Desgaste
Mário Jordão Toledo Leme havia sido anunciado em setembro como subprefeito da Sé sob a justificativa de que conhecia bem a região central, onde foi delegado-seccional.
Ele é formado em direito, com especializações em administração de empresas e no setor de segurança pública.
Leme havia assumido a chefia da Polícia Civil de São Paulo no começo do governo Serra. Além das divergências com Marzagão, ele havia pedido demissão em meio ao desgaste por denúncias de corrupção envolvendo membros da corporação. (JOSÉ ERNESTO CREDENDIO E ALENCAR IZIDORO)

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