São Paulo, terça-feira, 04 de dezembro de 2007

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Pesquisadores defendem diversificar ensino

Para eles, universidades precisam atender mais alunos e oferecer maior oferta de mão-de-obra ao mercado de trabalho

Seminário sobre acesso e financiamento do ensino superior reúne especialistas brasileiros e estrangeiros; iniciativa é da Assembléia

FÁBIO TAKAHASHI
DA REPORTAGEM LOCAL

Pesquisadores brasileiros e estrangeiros defenderam ontem, em um seminário em São Paulo, que o ensino superior brasileiro deve se diversificar para atender mais alunos e oferecer maior oferta de mão-de-obra ao mercado de trabalho.
A proposta foi debatida ontem durante seminário, promovido pela presidência da Assembléia Legislativa, que debate acesso e financiamento do ensino superior.
Reportagem publicada ontem pela Folha mostrou que menos de 1% dos formados nos últimos dez anos no Brasil concluíram o ensino superior em cursos de curta duração, de dois ou três anos. Os demais fizeram carreiras tradicionais, que duram ao menos quatro anos. Nos países desenvolvidos, cerca de 29% optam por cursos não-tradicionais.
"Não são apenas as universidades de pesquisa que são boas. Instituições sem pesquisa podem formar muito bem os alunos com um perfil mais voltado para o mercado de trabalho", disse o professor da Universidade do Porto (Portugal) Pedro Teixeira, economista e pesquisador de ensino superior.
"Os institutos tecnológicos nos EUA, por exemplo, têm uma excelente reputação."
"A universidade de pesquisa é dada como a única opção hoje, o que é um erro", disse Clarissa Baeta Neves, docente do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Já Kathryn Mohrman, da Universidade Johns Hopkins (EUA), questionou a necessidade se criar universidades de classe mundial, principalmente em países pobres.
Há diferentes critérios para a classificação, mas, em geral, a instituição precisa ter forte pesquisa, publicações de trabalhos científicos e um corpo docente com alta titulação. "Essas universidades são importantes, mas custam em torno de U$ 1 bilhão [R$ 1,8 bilhão, orçamento próximo ao da USP]."
A docente da Universidade de Pequim (China) Wan-hua Ma discorda. "São elas que formam a elite dos profissionais." O seminário, que termina hoje, ocorre na sede da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo).


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