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Pesquisadores defendem diversificar ensino
Para eles, universidades precisam atender mais alunos e oferecer maior oferta de mão-de-obra ao mercado de trabalho
Seminário sobre acesso e financiamento do ensino superior reúne especialistas brasileiros e estrangeiros; iniciativa é da Assembléia
FÁBIO TAKAHASHI
DA REPORTAGEM LOCAL
Pesquisadores brasileiros e
estrangeiros defenderam ontem, em um seminário em São
Paulo, que o ensino superior
brasileiro deve se diversificar
para atender mais alunos e oferecer maior oferta de mão-de-obra ao mercado de trabalho.
A proposta foi debatida ontem durante seminário, promovido pela presidência da Assembléia Legislativa, que debate acesso e financiamento do
ensino superior.
Reportagem publicada ontem pela Folha mostrou que
menos de 1% dos formados nos
últimos dez anos no Brasil concluíram o ensino superior em
cursos de curta duração, de
dois ou três anos. Os demais fizeram carreiras tradicionais,
que duram ao menos quatro
anos. Nos países desenvolvidos, cerca de 29% optam por
cursos não-tradicionais.
"Não são apenas as universidades de pesquisa que são boas.
Instituições sem pesquisa podem formar muito bem os alunos com um perfil mais voltado
para o mercado de trabalho",
disse o professor da Universidade do Porto (Portugal) Pedro
Teixeira, economista e pesquisador de ensino superior.
"Os institutos tecnológicos
nos EUA, por exemplo, têm
uma excelente reputação."
"A universidade de pesquisa
é dada como a única opção hoje, o que é um erro", disse Clarissa Baeta Neves, docente do
Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul.
Já Kathryn Mohrman, da
Universidade Johns Hopkins
(EUA), questionou a necessidade se criar universidades de
classe mundial, principalmente em países pobres.
Há diferentes critérios para a
classificação, mas, em geral, a
instituição precisa ter forte
pesquisa, publicações de trabalhos científicos e um corpo docente com alta titulação. "Essas
universidades são importantes,
mas custam em torno de U$ 1
bilhão [R$ 1,8 bilhão, orçamento próximo ao da USP]."
A docente da Universidade
de Pequim (China) Wan-hua
Ma discorda. "São elas que formam a elite dos profissionais."
O seminário, que termina hoje,
ocorre na sede da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do
Estado de São Paulo).
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