São Paulo, terça-feira, 04 de dezembro de 2007

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Análise da PF aponta adulteração em 8 amostras de leite da Copervale

Exame identificou existência de substâncias alcalinas; cooperativa não comentou

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Análise feita pelo INC (Instituto Nacional de Criminalística), da Polícia Federal, identificou em oito de nove amostras de leite colhidas na Copervale (Cooperativa dos Produtores de Leite do Vale do Rio Grande) a existência de substâncias alcalinas. Segundo a PF, isso é forte indicativo de que houve adição de soda cáustica no material selecionado para perícia durante a Operação Ouro Branco, em outubro.
As análises técnicas também revelaram que houve adição de água, sacarose, sal e soro ao leite in natura, provavelmente com o propósito de aumentar a quantidade de produto. As investigações continuam.
A Folha procurou ontem representantes da Copervale, que disseram que não se pronunciariam sobre o laudo. Na Ouro Branco, a PF revelou a ação de um grupo criminoso que adicionava soda cáustica e água oxigenada ao leite in natura para, além de aumentar a quantidade do produto, prolongar seu prazo de validade.
Nos depoimentos dos 26 funcionários e empresários suspeitos de envolvimento na fraude, houve a confirmação de que, usando uma fórmula química específica, a Copervale, de Uberaba (MG), adicionava soda ao leite que seria vendido na modalidade longa vida.
As técnicas utilizadas para a análise do material pelo INC seguiram a metodologia desenvolvida pelo Lanagro (Laboratório Nacional Agropecuário), o laboratório oficial do Ministério da Agricultura.
Deflagrada em 22 outubro, a Ouro Branco descobriu a adição de substâncias impróprias para o consumo, como soda cáustica e água oxigenada, no leite fornecido pela Copervale e por outra cooperativa, Casmil (Cooperativa Agropecuária do Sudoeste Mineiro), de Passos (MG). Laudo do Lanagro apontou a presença de peróxido de hidrogênio no leite produzido pela Casmil. No caso da Copervale, o laudo que havia até agora era inconclusivo.
A operação prendeu 28 pessoas, que já estão soltas.


Colaborou a FOLHA RIBEIRÃO


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