São Paulo, quinta-feira, 04 de dezembro de 2008

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Violência no trânsito cresce nas pequenas cidades

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A violência no trânsito no Brasil está se deslocando das maiores cidades para as menores, mostra estudo do Ministério da Saúde.
Em 1990, a taxa de mortes no trânsito nos municípios com até 20 mil habitantes correspondia à metade da registrada naqueles com população com mais de 500 mil pessoas -a incidência era de 13 e 26 por 100 mil moradores, respectivamente.
Em 2006, a situação se inverteu. Nas grandes cidades, a taxa passou para 15,8 mortes por 100 mil habitantes, enquanto, nas pequenas, ficou em 19,7.
Dois fatores explicam, de acordo com o ministério, o aumento nas pequenas cidades: a população delas cresceu menos do que no resto do país, enquanto a violência no trânsito cresceu mais.

Fiscalização melhor
Para Débora Malta, coordenadora-geral de doenças e agravos não-transmissíveis do Ministério da Saúde, o Código de Trânsito Brasileiro foi mais bem implementado nos municípios de maior porte, que dispõem também de uma estrutura melhor de fiscalização.
Quando o código entrou em vigor, em 1998, o número de acidentes no país diminuiu. Em 2000, porém, voltou a aumentar, principalmente nas cidades pequenas.
Malta ressalta ainda problemas de planejamento urbano. "O aumento da frota muitas vezes não é acompanhado de melhorias na estrutura das cidades", diz.
Arnaldo Rizzardo, especialista em legislação de trânsito, acrescenta ainda que, nas localidades menos populosas, é raro que haja agentes especializados na fiscalização, que acaba sendo feita pela polícia.
Apesar de terem melhorado os índices de violência no trânsito, os maiores municípios ainda concentram 30% das mortes, conforme o levantamento do governo federal.

Motos
O estudo do Ministério da Saúde mostra ainda uma explosão das mortes em acidentes de motocicleta no país. Entre 1990 e 2006, o número de casos aumentou 2.152% -de 299 para 6.734.
Para Débora Malta, três fatores podem explicar esse fenômeno: o aumento da frota, a imprudência dos motoristas e questões trabalhistas, como a cobrança para que motoboys façam entregas em um período de tempo limitado, mesmo com trânsito lento nas vias.
(ANGELA PINHO)


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