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Violência no trânsito cresce nas pequenas cidades
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A violência no trânsito no
Brasil está se deslocando das
maiores cidades para as menores, mostra estudo do Ministério da Saúde.
Em 1990, a taxa de mortes no
trânsito nos municípios com
até 20 mil habitantes correspondia à metade da registrada
naqueles com população
com mais de 500 mil pessoas
-a incidência era de 13 e 26
por 100 mil moradores, respectivamente.
Em 2006, a situação se inverteu. Nas grandes cidades, a taxa
passou para 15,8 mortes por
100 mil habitantes, enquanto,
nas pequenas, ficou em 19,7.
Dois fatores explicam, de
acordo com o ministério, o aumento nas pequenas cidades: a
população delas cresceu menos
do que no resto do país, enquanto a violência no trânsito
cresceu mais.
Fiscalização melhor
Para Débora Malta, coordenadora-geral de doenças
e agravos não-transmissíveis
do Ministério da Saúde, o Código de Trânsito Brasileiro
foi mais bem implementado
nos municípios de maior porte,
que dispõem também de
uma estrutura melhor de fiscalização.
Quando o código entrou em
vigor, em 1998, o número de
acidentes no país diminuiu. Em
2000, porém, voltou a aumentar, principalmente nas cidades
pequenas.
Malta ressalta ainda problemas de planejamento urbano.
"O aumento da frota muitas vezes não é acompanhado de melhorias na estrutura das cidades", diz.
Arnaldo Rizzardo, especialista em legislação de trânsito,
acrescenta ainda que, nas localidades menos populosas, é raro que haja agentes especializados na fiscalização, que acaba
sendo feita pela polícia.
Apesar de terem melhorado
os índices de violência no trânsito, os maiores municípios
ainda concentram 30% das
mortes, conforme o levantamento do governo federal.
Motos
O estudo do Ministério da
Saúde mostra ainda uma explosão das mortes em acidentes de
motocicleta no país. Entre 1990
e 2006, o número de casos aumentou 2.152% -de 299 para
6.734.
Para Débora Malta, três fatores podem explicar esse fenômeno: o aumento da frota, a imprudência dos motoristas e
questões trabalhistas, como a
cobrança para que motoboys
façam entregas em um período
de tempo limitado, mesmo com
trânsito lento nas vias.
(ANGELA PINHO)
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