São Paulo, sábado, 04 de dezembro de 2010

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Clientes de banco são usados como escudo em tiroteio

Ladrões invadiram agência em MT e, na fuga, trocaram tiros com a Polícia Militar se protegendo atrás dos reféns

Após pegar o dinheiro, bandidos colocaram fogo na sala que armazenava as imagens do circuito de segurança


RACHEL BOTELHO
DE SÃO PAULO

Um assalto a banco que misturou elementos de filmes de ação e táticas dos velhos cangaceiros agitou Campo Novo do Parecis, uma pequena cidade de 26 mil habitantes a 396 km de Cuiabá, em Mato Grosso.
Na manhã de anteontem, uma agência do Banco do Brasil vizinha ao posto da Polícia Militar foi invadida e incendiada por bandidos, que trocaram tiros com os policiais usando os reféns como escudo humano.
Ao escapar, os assaltantes queimaram uma das camionetes usadas por eles na fuga para obstruir a passagem da polícia em uma estrada da região.
A quadrilha, formada por cerca de dez homens, chegou à agência bancária logo após a abertura do estabelecimento e dominou clientes e funcionários.
Depois de pegar o dinheiro dos caixas, os assaltantes colocaram fogo na sala que armazenava as imagens do circuito de segurança.
A polícia chegou e houve troca de tiros. Clientes e funcionários foram usados como escudo, e o delegado Eder Cley de Santana Leal foi atingido na perna e levado ao hospital da cidade.

"NOVO CANGAÇO"
Luciano Inácio, delegado da gerência de combate ao crime organizado da Polícia Civil de Mato Grosso, contou por que a ação é chamada de "novo cangaço".
"Eles chegaram da mesma forma como Lampião agia antigamente: com uma força bélica muito maior do que a da força pública local, dominaram a cidade e tomaram o que eles queriam -no caso, o dinheiro do banco", afirma.
"Nem o destacamento da Polícia Militar os intimidou", diz o delegado.
Após libertar os reféns, a quadrilha seguiu em direção à cidade de Nova Maringá.
Para bloquear o tráfego e atrapalhar a ação da polícia, os bandidos atearam fogo em uma das camionetes modelo S10 usadas na fuga. A outra foi abandonada a 40 km da cidade.

SEM PISTAS
Cerca de 150 policiais trabalham na busca aos bandidos em uma região de mata fechada, nos arredores de Campo Novo do Parecis.
Um helicóptero do Centro Integrado de Operações Aéreas sobrevoou a região, mas até a tarde de ontem nenhuma pista havia sido achada.
Segundo o delegado, é provável que os bandidos estejam acampados na mata fechada. A suspeita da polícia é que eles já tenham participado de assaltos em cidades vizinhas neste ano.
A quantia roubada ainda não tinha sido contabilizada.


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