São Paulo, sábado, 04 de dezembro de 2010

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ANÁLISE

"Mostrar a cara" na Virada é bom, mas é preciso fazer isso sempre

JAIRO MARQUES
COLUNISTA DA FOLHA

"É que aqui nunca vêm pessoas com deficiência. Não precisa!" Essa é a resposta mais comum ao se questionar a razão para certo lugar não ter rampa, elevador ou sinalização em braile.
Mas essa ausência ocorre justamente porque faltam convites de "bem-vindos" para cadeirantes, cegos, surdos ou qualquer um com dificuldade de locomoção ou sem total domínio dos sentidos.
Para tentar dar mais visibilidade às ações de quem é visto (ou seria não visto?) como diferente na sociedade, uma "Virada Inclusiva" representa uma iniciativa importante.
É um avanço da causa da acessibilidade. Sem falar que é oportunidade de protagonismo para quem é visto como espectador longínquo.
Mesmo em São Paulo, o debate ainda engatinha quando se fala de calçadas, da falta de acesso em escolas, da impossibilidade de se usar o transporte público. Por isso "mostrar a cara" é fundamental para se conquistar, ao menos, o direito de sair de casa.
Contudo, fico imaginando se haverá um show exclusivo do U2 para os deficientes que terão uma dificuldade danada para encarar o espetáculo "tradicional", no Morumbi. É que não dá para viver sempre na dependência de iniciativas isoladas do tal "incluir".
Deficientes querem e devem estar em todas as viradas, manifestações culturais, esportivas, de lazer, políticas e sociais. Não dá para isolar. É preciso juntar. Sempre.


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