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Turistas reclamam de sujeira em praias do litoral paulista
Moradores, turistas e comerciantes criticam falta de lixeiras; banhistas chegam a levar saquinhos para recolher dejetos
Praia do Sonho, em Itanhaém, tem apenas seis lixeiras; praia Central, em Mongaguá, tem cestos a cada 50 m, mas há lixo na areia
DO "AGORA"
A maioria das praias do litoral de São Paulo está própria
para o banho de mar e adequada a receber os turistas para esta temporada de férias.
Faltam, no entanto, mais lixeiras espalhadas pelas orlas e a
intensificação, por parte das
prefeituras, do recolhimento
dos sacos de lixo.
A sujeira nas praias é uma
das reclamações mais comuns
dos turistas. No final de dezembro, a reportagem percorreu as
15 praias mais visitadas dos litorais norte e sul do Estado.
Em todas elas, turistas, moradores e comerciantes criticaram a falta dos cestos de lixo.
Banhistas com mais consciência ambiental chegam a levar
saquinhos para a praia para recolher os restos.
"Até tem lixeira nas praias,
mas são os quiosques que colocam. A prefeitura disponibiliza
contêineres na rua, só que eles
não são suficientes e acabam
transbordando", diz Luiz Felipe Peixoto, 25, que trabalha em
um quiosque na praia Grande,
em Ubatuba (litoral norte, a
226 km de SP).
Poucos e de plástico
Na praia do Sonho, em Itanhaém (litoral sul, a 106 km de
SP), a situações é uma das piores. Há apenas seis lixeiras em
toda a extensão da praia. Os
cestos são pequenos e de plástico, facilitando a destruição por
parte de vândalos.
No Guarujá (86 km de SP), os
cestos disponíveis nas praias de
Pitangueiras, Astúrias e Enseada são idênticos aos de Itanhaém. Em época de temporada, dizem os moradores, as lixeiras não suportam a quantidade de lixo e a areia e a orla
acabam sujas.
"É muito pouco. Deveria ter
mais [cestos de lixo], pois os
que tem não suportam quase
nada", reclama o comerciante
Antônio Fernandes, 50, que
trabalha em um quiosque na
praia Martim de Sá, em Caraguatatuba (173 km de SP).
Na praia Central, em Mongaguá (89 km de SP), a prefeitura
construiu lixeiras de concreto
de 50 em 50 metros por toda a
extensão da orla.
Mesmo assim, a reportagem
flagrou vários pontos em que
há lixo jogado na areia. Em alguns deles, havia até grupos de
urubus próximos à sujeira.
As praias onde a reportagem
encontrou mais lixeiras disponíveis são as de Santos (72 km
de SP) e Praia Grande (71 km de
SP), ambas na Baixada Santista.
Mas, por serem os municípios
que mais recebem turistas na
temporada, as lixeiras também
acabam não suportando a
quantidade de dejetos. As duas
cidades recebem juntas 2 milhões de turistas no fim do ano.
"Melhorou bastante, mas
ainda falta muita lixeira para
comportar a quantidade de sujeira que o povo faz", diz o aposentado Clodoval Cerqueira
Silva, 82, turista que sempre
passa as férias em Santos.
(TALIS MAURICIO)
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