São Paulo, #!L#Sábado, 05 de Fevereiro de 2000


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IGREJA
Ação trabalhista provocou punição
Bispo proíbe faxineira de frequentar igrejas

NOELI MENEZES
free-lance para a Agência Folha

A Diocese de São João da Boa Vista (218 km ao norte de São Paulo) proibiu a faxineira Vanilda da Silva Grings e sua família de frequentar as cerca de 50 igrejas católicas da região de Tambaú (SP) até o final deste ano.
A "punição" foi aplicada pelo bispo d. Dadeus Grings, depois de Vanilda ter entrado com uma ação trabalhista contra a paróquia Cristo Redentor, em Tambaú, onde trabalhou por 13 anos.
Segundo a faxineira, a igreja não efetuou o pagamento de horas extras quando a demitiu, em novembro do ano passado. Vanilda pede R$ 34 mil de indenização.
O bispo está viajando e não encontrado. O padre José Benedito de Moraes, assessor do bispo, disse que Vanilda não só recebeu o que tinha direito como "a igreja deixou de lhe descontar R$ 14.248 por 12.290 horas efetivamente não trabalhadas."
No decreto, d. Grings afirma que o "processo que a faxineira move contra a igreja é um absurdo e não pode ficar impune".
O bispo também convoca os católicos da região a "não recorrerem aos préstimos de Vanilda durante o período de punição".
Segundo o delegado de Tambaú, José Guilherme de Camargo, Vanilda entrou com um pedido para instauração de inquérito, alegando estar sofrendo crime contra a honra.
O decreto do bispo foi distribuído em mais de 50 paróquias. O advogado de Vanilda, Belarmino Gregório Santana, abandonou o caso porque é católico.



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