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IGREJA
Ação trabalhista provocou punição
Bispo proíbe faxineira de frequentar igrejas
NOELI MENEZES
free-lance para a Agência Folha
A Diocese de São João da Boa
Vista (218 km ao norte de São
Paulo) proibiu a faxineira Vanilda
da Silva Grings e sua família de
frequentar as cerca de 50 igrejas
católicas da região de Tambaú
(SP) até o final deste ano.
A "punição" foi aplicada pelo
bispo d. Dadeus Grings, depois de
Vanilda ter entrado com uma
ação trabalhista contra a paróquia
Cristo Redentor, em Tambaú, onde trabalhou por 13 anos.
Segundo a faxineira, a igreja não
efetuou o pagamento de horas extras quando a demitiu, em novembro do ano passado. Vanilda
pede R$ 34 mil de indenização.
O bispo está viajando e não encontrado. O padre José Benedito
de Moraes, assessor do bispo, disse que Vanilda não só recebeu o
que tinha direito como "a igreja
deixou de lhe descontar R$ 14.248
por 12.290 horas efetivamente
não trabalhadas."
No decreto, d. Grings afirma
que o "processo que a faxineira
move contra a igreja é um absurdo e não pode ficar impune".
O bispo também convoca os católicos da região a "não recorrerem aos préstimos de Vanilda durante o período de punição".
Segundo o delegado de Tambaú, José Guilherme de Camargo,
Vanilda entrou com um pedido
para instauração de inquérito,
alegando estar sofrendo crime
contra a honra.
O decreto do bispo foi distribuído em mais de 50 paróquias. O
advogado de Vanilda, Belarmino
Gregório Santana, abandonou o
caso porque é católico.
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