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Força Nacional pode ganhar efetivo permanente
Ministro da Justiça sugere manter tropa em Brasília pronta para atuar em emergências; proposta será encaminhada hoje a Lula
ANDRÉA MICHAEL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em reunião hoje com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva,
o ministro Márcio Thomaz
Bastos (Justiça) irá sugerir que
a Força Nacional de Segurança
Pública tenha um efetivo permanente de 500 homens sediados em Brasília, capaz de se
deslocar com agilidade em situações de emergência.
Hoje, os 7.700 policiais militares e bombeiros que integram a Força Nacional estão
distribuídos pelos Estados.
Eles mantêm suas atividades
policiais de rotina e só se reúnem quando convocados para
uma missão específica -a mais
recente foi no Rio, trabalho que
começou em 20 de janeiro.
Apesar da crise de segurança
que se instalou no Estado desde
28 de dezembro do ano passado, passaram-se 19 dias entre o
anúncio de que a Força iria para a capital fluminense e sua
efetiva atuação. Nesse período,
o Rio seguiu vítima de ataques
de facções criminosas ligadas
ao narcotráfico.
Bastos sabe que o projeto vai
onerar os cofres públicos. Entre os modelos analisados para
viabilizá-lo, está o de manter os
500 integrantes da Força Nacional em Brasília com salários
pagos pelos Estados e uma diária custeada pela União de R$
124, que é o valor padronizado
para o governo federal.
Na melhor das hipóteses, o
efetivo permanente do grupo
de policiais de elite em Brasília
custaria R$ 111,6 mil mensais.
Isso sem contar despesas com
alimentação e hospedagem,
pois normalmente o grupo,
quando em missão, fica em alojamentos das próprias polícias
ou das Forças Armadas.
Os modelos em avaliação
buscam se manter fiéis ao conceito que levou à criação da
Força Nacional: ter um "exército" para apoiar as polícias dos
Estados em situações de emergência, mas sem criar uma nova
folha de pagamento além daquelas já existentes para as polícias Federal, Militar e Civil.
Na reunião, na qual Bastos
deve conversar com o presidente sobre a sucessão no ministério, também serão discutidas outras possíveis mudanças.
Entre elas está a transferência do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) e da Senad (Secretaria Nacional Antidrogas) para o MJ.
Hoje, esses órgãos são subordinados à Fazenda e ao GSI (Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República), respectivamente.
Quanto ao Coaf, Bastos acha
que sua atuação na Justiça seria mais eficiente, pois trabalharia mais perto de outro órgão da pasta ligado à área, o
DRCI (Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional).
O presidente do Coaf, Gustavo Rodrigues, é contra a idéia.
Para ele, ter o Coaf na estrutura
da Fazenda é o perfil de melhor
resultado, conforme a experiência internacional.
O general Jorge Felix, ministro-chefe do GSI, se opõe à mudança da Senad para a Justiça.
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