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Postos autorizados cobram valor ilegal por zona azul
Talões, que deveriam custar R$ 18, chegam a ser comercializados por R$ 30
Aproximadamente mil estabelecimentos já foram descredenciados, de acordo com a CET, por cobrarem mais que o valor permitido
DO "AGORA"
Os postos autorizados pela
CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) a comercializar
os talões da zona azul vendem a
folha fora do preço oficial (R$
1,80). Alguns locais chegam a
cobrar quase 40% a mais por
unidade, que dá direito a uma
hora de estacionamento.
A reportagem visitou, na última semana, 12 locais credenciados. Apenas três vendiam a
zona azul pelo preço estabelecido pela CET. Na maioria dos
estabelecimentos, cada folha
custa R$ 2,50, e o talão chega a
R$ 20. O preço oficial do talão,
com dez folhas, é R$ 18.
Quem tenta estacionar em
uma das 31.500 vagas que têm
zona azul tem dificuldade para
comprar o talão no preço oficial. Para não correr o risco de
levar uma multa, muitos compram no local mais próximo
-freqüentemente com preços
abusivos- ou dos flanelinhas,
que cobram R$ 3 por folha.
Em Higienópolis (região central), uma floricultura autorizada identifica com duas faixas na
porta que vende zona azul com
preço oficial. Dentro da loja,
porém, a vendedora diz que a
folha custa R$ 2,50. Questionados sobre a cobrança excessiva,
os donos da floricultura disseram que são autorizados a vender pelo preço oficial apenas os
talões e que as folhas avulsas
podem ser vendidas pelo preço
estipulado por eles.
A CET, porém, nega que exista essa diferença. Segundo o órgão, todos os postos autorizados são remunerados.
Em alguns postos oficiais que
comercializam pelo preço correto, como uma lotérica na rua
Luis Góis (zona sul), as folhas
avulsas não são vendidas, apenas os talões. Em outros locais,
como na praça Charles Miller
(zona oeste), faltava zona azul.
A dificuldade para encontrar
um posto oficial é tamanha que
na movimentada avenida Voluntários da Pátria (zona norte), por exemplo, a reportagem
teve de entrar em cinco locais
até achar um. A maioria deles
não tem identificação da CET.
Em outros casos, o local
anuncia ser um posto autorizado, mas não é, como um restaurante na rua Tuiuti (zona leste),
que não é credenciado e vende
o talão por R$ 30.
Outro lado
A CET admite que há problemas nos postos autorizados. O
gerente de estacionamentos do
órgão, Celso Buendia, diz que já
foram descredenciados mais de
mil postos que vendiam os talões acima do preço oficial.
Segundo ele, para minimizar
o problema, a CET tem feito
parceria com grandes empresas para vender os talões, como
os Correios, a Drogaria São
Paulo e a rede Pão de Açúcar.
Há 2.500 postos autorizados.
Ele pede que os paulistanos denunciem, por meio do telefone
156 ou no www.cetsp.com.br,
os postos que vendem talão fora do preço.
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