São Paulo, segunda-feira, 05 de fevereiro de 2007

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Postos autorizados cobram valor ilegal por zona azul

Talões, que deveriam custar R$ 18, chegam a ser comercializados por R$ 30

Aproximadamente mil estabelecimentos já foram descredenciados, de acordo com a CET, por cobrarem mais que o valor permitido

DO "AGORA"

Os postos autorizados pela CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) a comercializar os talões da zona azul vendem a folha fora do preço oficial (R$ 1,80). Alguns locais chegam a cobrar quase 40% a mais por unidade, que dá direito a uma hora de estacionamento.
A reportagem visitou, na última semana, 12 locais credenciados. Apenas três vendiam a zona azul pelo preço estabelecido pela CET. Na maioria dos estabelecimentos, cada folha custa R$ 2,50, e o talão chega a R$ 20. O preço oficial do talão, com dez folhas, é R$ 18.
Quem tenta estacionar em uma das 31.500 vagas que têm zona azul tem dificuldade para comprar o talão no preço oficial. Para não correr o risco de levar uma multa, muitos compram no local mais próximo -freqüentemente com preços abusivos- ou dos flanelinhas, que cobram R$ 3 por folha.
Em Higienópolis (região central), uma floricultura autorizada identifica com duas faixas na porta que vende zona azul com preço oficial. Dentro da loja, porém, a vendedora diz que a folha custa R$ 2,50. Questionados sobre a cobrança excessiva, os donos da floricultura disseram que são autorizados a vender pelo preço oficial apenas os talões e que as folhas avulsas podem ser vendidas pelo preço estipulado por eles.
A CET, porém, nega que exista essa diferença. Segundo o órgão, todos os postos autorizados são remunerados.
Em alguns postos oficiais que comercializam pelo preço correto, como uma lotérica na rua Luis Góis (zona sul), as folhas avulsas não são vendidas, apenas os talões. Em outros locais, como na praça Charles Miller (zona oeste), faltava zona azul.
A dificuldade para encontrar um posto oficial é tamanha que na movimentada avenida Voluntários da Pátria (zona norte), por exemplo, a reportagem teve de entrar em cinco locais até achar um. A maioria deles não tem identificação da CET.
Em outros casos, o local anuncia ser um posto autorizado, mas não é, como um restaurante na rua Tuiuti (zona leste), que não é credenciado e vende o talão por R$ 30.

Outro lado
A CET admite que há problemas nos postos autorizados. O gerente de estacionamentos do órgão, Celso Buendia, diz que já foram descredenciados mais de mil postos que vendiam os talões acima do preço oficial.
Segundo ele, para minimizar o problema, a CET tem feito parceria com grandes empresas para vender os talões, como os Correios, a Drogaria São Paulo e a rede Pão de Açúcar.
Há 2.500 postos autorizados. Ele pede que os paulistanos denunciem, por meio do telefone 156 ou no www.cetsp.com.br, os postos que vendem talão fora do preço.


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