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Em 25 anos, países como China e Jordânia deixam Brasil para trás
DA SUCURSAL DO RIO
A taxa de analfabetismo
adulto no Brasil é um dos piores indicadores sociais quando
comparada com as de outros
países em desenvolvimento.
Além de ter índices maiores
do que quase todos os vizinhos
na América do Sul, o Brasil ficou para trás nos últimos 25
anos em relação a alguns países
asiáticos, segundo dados da
Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a
Ciência e a Cultura).
O levantamento mostra que,
em 1980, o país tinha uma taxa
de analfabetismo adulto de
26%, um patamar inferior ao da
China (34%), Indonésia (33%),
Jordânia (31%) e Malásia
(30%) no mesmo ano.
Vinte e cinco anos depois, no
entanto, China (9% de analfabetos adultos), Indonésia
(10%), Jordânia (10%) e Malásia (11%) foram mais eficientes
e reduziram suas taxas num ritmo maior do que o Brasil, que
apresentava uma taxa de 11%
em 2005.
O Nordeste é a região com o
maior percentual de analfabetos entre 15 e 60 anos -17,3%.
Segundo Fernando Haddad, o
programa anunciado no mês
passado deverá aumentar a efetividade da alfabetização. "Haverá também um efeito positivo na rede pública com a capacitação dos professores."
Para isso, o governo usará os
R$ 100 milhões a mais previstos no Orçamento do programa
neste ano. A meta está mantida:
atender a 2 milhões de pessoas.
Segundo Haddad, serão criados dois selos. Um para cidades
que conseguirem em 2010 chegarem a uma taxa de analfabetismo menor que 3% e outro
para as que reduzirem em 50%
em relação a 2001.
Para Jorge Werthein, assessor especial do secretário-geral
da Organização dos Estados
Ibero-Americanos e ex-representante da Unesco no Brasil,
faltou ao Brasil decisão política.
"Não se pode ter uma democracia plena com um número
tão elevado de analfabetos.
Muitos países avançaram, mesmo na América Latina, porque
foi um trabalho de décadas e
houve uma decisão política de
eliminar o analfabetismo."
Werthein afirma, no entanto,
que a culpa pelo fracasso brasileiro dos últimos 25 anos não
deve ser atribuída exclusivamente ao governo federal.
"É muito difícil chegar à população carente e mais excluída
se governadores e prefeitos não
assumirem também como responsabilidade a eliminação do
analfabetismo."
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