São Paulo, sábado, 05 de fevereiro de 2011

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Ruído agora pode barrar veículo em inspeção ambiental

Carro com excesso de barulho passa a ser reprovado; tempo de medição de poluentes cresce para evitar distorção

Para empresa, medidas são "evolução natural"; tendência é atenuar reprovações seguidas de veículos seminovos

ALENCAR IZIDORO
EDUARDO GERAQUE
DE SÃO PAULO

Os motoristas começaram a enfrentar nesta semana mudanças na inspeção veicular em SP que devem interferir diretamente nos resultados das vistorias de 2011.
A primeira é a análise de ruído como critério para reprovar. A aferição já vinha sendo realizada, mas apenas neste ano passou a ser suficiente para barrar os veículos que se submetem ao teste.
O limite de ruído fixado pela legislação varia dependendo do carro. Serão usados os dados de barulho fornecidos pelo fabricante.
Na ausência deles, a tolerância será extraída de uma tabela cujos valores variam entre 92 e 103 decibéis -semelhante ao ruído emitido por um cortador de grama.
Estimativas da Controlar, que faz a inspeção, indicam que menos de 2% da frota inspecionada é barulhenta.
Mas essa proporção é suficiente para barrar mais de 60 mil veículos -equivalente à frota inteira de um município como Belford Roxo (RJ), com mais de 500 mil habitantes.

SEMINOVOS
Uma segunda novidade é a mudança no tempo de medição de poluentes em marcha lenta. O objetivo é atenuar distorções -incluindo as que atingiam alguns modelos de seminovos reprovados em seguidos testes.
Antes, a captação dos gases era feita num tempo de 30 segundos programado pelo equipamento. O problema é que esse período não era suficiente para estabilizar a medição em parte dos veículos.
Agora, houve uma reprogramação do aparelho para permitir um prazo adicional de até mais 30 segundos.
A Controlar nega equívoco no procedimento anterior.
"É uma evolução natural do tempo. O programa no ano que vem terá outras modificações. A tendência é ficar cada vez mais justo com todo mundo", afirma Harald Zwetkoff, presidente da empresa.
Segundo ele, embora a alteração não seja voltada especificamente para os seminovos reprovados em 2010, ela tende a beneficiá-los.

LIMBO
Os limites de CO (monóxido de carbono) não mudam. As montadoras passaram a reivindicar alterações porque a lei permite a homologação de carros na fábrica com até 0,5% de CO.
Mas a vistoria, na prática, é mais rígida: só tolera até 0,3% para os fabricados desde 2006.
O assunto segue sob análise no Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente).
Os contrários à mudança alegam que, na prática, apesar de a lei permitir mais, quase todos os veículos são homologados abaixo do limite exigido na inspeção.
A estimativa de técnicos da própria Controlar é que, em 2010, em torno de 10 mil veículos tenham sido reprovados com limites de CO entre 0,3% e 0,5% -limbo que é alvo do questionamento.


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