São Paulo, Sexta-feira, 05 de Fevereiro de 1999
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Prisão de belga desvenda nova rota de tráfico de jóias no Rio

SERGIO TORRES
da Sucursal do Rio

Diamantes e jóias que valem milhões de dólares no mercado convencional estão sendo contrabandeados da Bélgica para o Rio.
A nova rota do tráfico foi descoberta pela Polícia Federal após a prisão do belga Joseph Edouard Nellens, 65, no Aeroporto Internacional do Rio, em 19 de janeiro.
Nellens carregava 50 embrulhos de papel repletos de diamantes, além de dois colares de ouro com diamantes e pedras preciosas.
O material apreendido com o belga pode render US$ 1 milhão no leilão que deverá ser realizado pela Receita Federal e pela Caixa Econômica Federal.
Especialistas da Receita e da CEF começaram ontem a avaliar os diamantes, que somam 4.773,40 quilates. Os colares pesam 400,60 g.
A prisão de Nellens foi casual. A alfândega revistou a bagagem do belga porque a luz vermelha acendeu quando ele apertou o botão.
Dentro de uma mala, os fiscais acharam os diamantes. Como omitiu a presença das jóias na Declaração de Bagagem Acompanhada (de preenchimento obrigatório) e não apresentou documento de compra, foi preso em flagrante.
Ele está indiciado no artigo 334 do Código Penal, por suposta prática de contrabando ou descaminho (pena de um a quatro anos de reclusão). Segundo Nellens, as jóias iriam para desconhecidos.
Para trazer as jóias, afirmou que receberia 40 mil francos belgas (R$ 2.000). Ele disse que foi contratado por comerciantes de jóias de Antuérpia, onde mora na Bélgica.
As investigações indicam que Nellens é uma "mula" (pessoa que leva mercadorias ilegais de um lugar para outro) de jóias de contrabandistas radicados na Bélgica.
Segundo a PF, os diamantes seriam usados em peças para a venda em joalherias da zona sul e do centro do Rio. A Folha não localizou o advogado do belga, Hélio Caldas.


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