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Apagão piora o trânsito e afeta 2,7 milhões de pessoas
Faltou energia em 21 bairros da cidade das 8h45 às 9h39; semáforos se desligaram e 5 estações do metrô pararam
Congestionamento foi recorde pela manhã; falha foi provocada pela explosão de um transformador em subestação da zona sul
DA REPORTAGEM LOCAL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A explosão de um transformador em uma subestação de
energia provocou ontem um
apagão que prejudicou 2,7 milhões de pessoas em 21 bairros
de São Paulo e duas cidades da
região metropolitana, parou
cinco estações do metrô por sete minutos, apagou semáforos e
causou acidentes e mais um recorde de congestionamento na
cidade no período da manhã.
Os 2,7 milhões de pessoas
afetadas correspondem a 690
mil imóveis (12% dos 5,6 milhões de clientes da Eletropaulo em 24 municípios), que ficaram sem energia das 8h45 às
9h37 (segundo a empresa; 9h39
segundo a Aneel).
Com isso, a Eletropaulo recebeu, em uma hora, 7.000 chamadas -mais do que as 5.000
ligações diárias, em média.
O problema ocorreu na Subestação Bandeirante, na avenida Luís Carlos Berrini (zona
sul). A subestação é da Cteep
(Companhia de Transmissão
de Energia Elétrica Paulista),
fornecedora da Eletropaulo,
empresa que distribui energia
para a região metropolitana.
Um dos três transformadores explodiu às 8h45 e um disjuntor desligou automaticamente. Com isso, foi suspenso
parcialmente o fornecimento
de energia para as zonas sul e
oeste e para parte de Embu e
Taboão da Serra.
"Parecia uma bomba explodindo", disse a cozinheira Marinalva Correia, 42, que trabalha perto da subestação.
O ONS (Operador Nacional
do Sistema Elétrico) informou
à Aneel (Agência Nacional de
Energia Elétrica) que os outros
dois transformadores da subestação pararam às 8h52. Às 8h57
o sistema começou a ser restabelecido e às 9h39 o fornecimento foi normalizado.
A queda de energia parou os
semáforos das zonas sul e oeste, inclusive na av. Paulista, gerando 155,8 km de lentidão às
9h30, o maior índice registrado
no ano no período da manhã
-foi a quarta vez em uma semana em que foi batido o recorde de lentidão pela manhã.
Estefânia Corazzin, gerente
da loja Kopenhagen na av. Sena
Madureira (zona sul), reclamou de prejuízo. "Não podia tirar café nem pesar os chocolates [a balança é eletrônica]."
Roseli Souza, operadora de
caixa do supermercado Casa
Âncora, na Vila Mariana, também reclamou. "Formou uma
fila enorme e muitos clientes
reclamavam. Era um ótimo dia
para ter ficado em casa."
O governador José Serra
(PSDB) disse que a secretária
de Saneamento e Energia do
Estado, Dilma Pena, lhe entregará um relatório sobre a ocorrência. "Nós acompanhamos
isso com preocupação e vamos
querer uma explicação muito
convincente", disse.
(AFRA BALAZINA, CINTHIA RODRIGUES, EVANDRO
SPINELLI E RICARDO SANGIOVANNI)
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