São Paulo, quarta-feira, 05 de março de 2008

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Apagão piora o trânsito e afeta 2,7 milhões de pessoas

Faltou energia em 21 bairros da cidade das 8h45 às 9h39; semáforos se desligaram e 5 estações do metrô pararam

Congestionamento foi recorde pela manhã; falha foi provocada pela explosão de um transformador em subestação da zona sul

DA REPORTAGEM LOCAL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A explosão de um transformador em uma subestação de energia provocou ontem um apagão que prejudicou 2,7 milhões de pessoas em 21 bairros de São Paulo e duas cidades da região metropolitana, parou cinco estações do metrô por sete minutos, apagou semáforos e causou acidentes e mais um recorde de congestionamento na cidade no período da manhã.
Os 2,7 milhões de pessoas afetadas correspondem a 690 mil imóveis (12% dos 5,6 milhões de clientes da Eletropaulo em 24 municípios), que ficaram sem energia das 8h45 às 9h37 (segundo a empresa; 9h39 segundo a Aneel).
Com isso, a Eletropaulo recebeu, em uma hora, 7.000 chamadas -mais do que as 5.000 ligações diárias, em média.
O problema ocorreu na Subestação Bandeirante, na avenida Luís Carlos Berrini (zona sul). A subestação é da Cteep (Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista), fornecedora da Eletropaulo, empresa que distribui energia para a região metropolitana.
Um dos três transformadores explodiu às 8h45 e um disjuntor desligou automaticamente. Com isso, foi suspenso parcialmente o fornecimento de energia para as zonas sul e oeste e para parte de Embu e Taboão da Serra.
"Parecia uma bomba explodindo", disse a cozinheira Marinalva Correia, 42, que trabalha perto da subestação.
O ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) informou à Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) que os outros dois transformadores da subestação pararam às 8h52. Às 8h57 o sistema começou a ser restabelecido e às 9h39 o fornecimento foi normalizado.
A queda de energia parou os semáforos das zonas sul e oeste, inclusive na av. Paulista, gerando 155,8 km de lentidão às 9h30, o maior índice registrado no ano no período da manhã -foi a quarta vez em uma semana em que foi batido o recorde de lentidão pela manhã.
Estefânia Corazzin, gerente da loja Kopenhagen na av. Sena Madureira (zona sul), reclamou de prejuízo. "Não podia tirar café nem pesar os chocolates [a balança é eletrônica]."
Roseli Souza, operadora de caixa do supermercado Casa Âncora, na Vila Mariana, também reclamou. "Formou uma fila enorme e muitos clientes reclamavam. Era um ótimo dia para ter ficado em casa."
O governador José Serra (PSDB) disse que a secretária de Saneamento e Energia do Estado, Dilma Pena, lhe entregará um relatório sobre a ocorrência. "Nós acompanhamos isso com preocupação e vamos querer uma explicação muito convincente", disse. (AFRA BALAZINA, CINTHIA RODRIGUES, EVANDRO SPINELLI E RICARDO SANGIOVANNI)

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