São Paulo, quarta-feira, 05 de março de 2008

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Elogiada pela ONU, instituição concentra tratamento de desintoxicação no usuário

VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
DA REPORTAGEM LOCAL

Citado pelo UNODC, organismo das Nações Unidas para o combate às drogas, o Naps AD (Núcleo de Atenção Psicossocial Álcool e Outras Drogas) revela o método que lhe rendeu elogios: "o centro do trabalho é o usuário, não é o uso", diz Graziella Barbosa Barreiros, coordenadora da instituição ligada à Prefeitura de Santo André (Grande ABC).
A reabilitação dos usuários de drogas e dependentes químicos, explica Barreiros, passa por uma rede de nove tipos de serviço, como a redução de danos, que incentiva a substituição de drogas e faz trabalhos de campo com grupos de risco. Na região central de Santo André, o Naps AD é uma casa simples, de corredor longo e dois andares, que em fevereiro atendeu a 215 pacientes.
Sem aquele aspecto clássico de clínicas de desintoxicação no mato, oferece aulas de ioga, oficinas de artesanato e máquina de lavar roupas aos usuários.
Na chegada, uma triagem faz a avaliação médica e, a depender da gravidade do caso, encaminha à urgência hospitalar.
"Quando chegam, muitos usuários não sabem dizer que dia da semana é", diz Alécio Donizete Rodrigues, técnico em dependência química.
No Naps, os usuários são atendidos no chamado hospital-dia, entre duas e cinco vezes por semana. Apenas nos casos mais graves passam a noite no lugar.
O perfil dos usuários que buscam assistência para deixar o vício vai de moradores de ruas a pais de família que chegam voluntariamente ou são encaminhados por hospitais públicos, pela polícia e por juízes.
"O sucesso não é necessariamente parar de usar droga, mas aumentar a qualidade de vida, dar sucesso e autonomia às pessoas", diz Barreiros.


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