São Paulo, sábado, 05 de março de 2011

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Alegria demais

Gigantismo de blocos irrita parte dos cariocas, e prefeitura cogita remanejar desfiles para o centro

CIRILO JUNIOR
ÍTALO NOGUEIRA

DO RIO

O renascido Carnaval de rua do Rio começa a ter problemas por seu gigantismo.
Garantia de diversão para uns, os blocos trazem transtornos para outros. A prefeitura quer brecar novas autorizações e remanejar alguns desses grupos.
O consenso é que muitos deles ficaram grandes demais e precisam encontrar espaços adequados.
Por ora, está descartada a ideia de construir um "blocódromo". Mas a prefeitura avalia concentrar alguns deles -sobretudo da zona sul- na área central da cidade.
Rita Fernandes, presidente da Sebastiana (associação que reúne 12 dos principais blocos), é contrária à criação de espaço exclusivo para os desfiles. Segundo ela, muitos blocos têm relação próxima com os locais onde desfilam.
"Veja o caso do [bloco das] Carmelitas, que é inspirado no convento de onde parte. Não faz sentido tirar esse bloco das ruas de Santa Teresa."
Rita pondera que alguns podem ser remanejados. "O bloco sertanejo, por exemplo, pode desfilar em qualquer lugar. Ele não tem a ver com o Rio", afirma.

REFÚGIO EM CASA
De hoje a terça-feira, pelo menos 2,5 milhões de pessoas vão aproveitar a folia nos blocos. Centenas de ruas serão interditadas para a passagem dos desfiles.
Nem todos os cariocas, porém, se animam com a perspectiva. A secretária Rozane Gaspari, 55, faz estoque de livros e filmes para se refugiar em casa. Ela já tentou viajar ou ir para a casa de parentes para ter companhia, mas o Carnaval sempre a encontra.
"Quando fui para Búzios, fiquei presa seis horas no trânsito para voltar ao Rio [o trajeto leva, em situações normais, pouco mais de duas horas]. Outra vez, fui para a casa de um parente no Humaitá [bairro da zona sul]. Fiquei presa quatro horas esperando um bloco passar. Decidi ficar em casa mesmo."
Para minimizar os transtornos, a prefeitura vai intensificar a fiscalização e ampliar a infraestrutura para os foliões. Um dos focos é reduzir o número de pessoas que urinam nas ruas: haverá 8.000 banheiros químicos.


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