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Alegria demais
Gigantismo de blocos irrita parte dos cariocas, e prefeitura cogita remanejar desfiles para o centro
CIRILO JUNIOR
ÍTALO NOGUEIRA
DO RIO
O renascido Carnaval de
rua do Rio começa a ter problemas por seu gigantismo.
Garantia de diversão para
uns, os blocos trazem transtornos para outros. A prefeitura quer brecar novas autorizações e remanejar alguns
desses grupos.
O consenso é que muitos
deles ficaram grandes demais e precisam encontrar
espaços adequados.
Por ora, está descartada a
ideia de construir um "blocódromo". Mas a prefeitura
avalia concentrar alguns deles -sobretudo da zona sul-
na área central da cidade.
Rita Fernandes, presidente da Sebastiana (associação
que reúne 12 dos principais
blocos), é contrária à criação
de espaço exclusivo para os
desfiles. Segundo ela, muitos
blocos têm relação próxima
com os locais onde desfilam.
"Veja o caso do [bloco das]
Carmelitas, que é inspirado
no convento de onde parte.
Não faz sentido tirar esse bloco das ruas de Santa Teresa."
Rita pondera que alguns
podem ser remanejados. "O
bloco sertanejo, por exemplo, pode desfilar em qualquer lugar. Ele não tem a ver
com o Rio", afirma.
REFÚGIO EM CASA
De hoje a terça-feira, pelo
menos 2,5 milhões de pessoas vão aproveitar a folia
nos blocos. Centenas de ruas
serão interditadas para a passagem dos desfiles.
Nem todos os cariocas, porém, se animam com a perspectiva. A secretária Rozane
Gaspari, 55, faz estoque de livros e filmes para se refugiar
em casa. Ela já tentou viajar
ou ir para a casa de parentes
para ter companhia, mas o
Carnaval sempre a encontra.
"Quando fui para Búzios,
fiquei presa seis horas no
trânsito para voltar ao Rio [o
trajeto leva, em situações
normais, pouco mais de duas
horas]. Outra vez, fui para a
casa de um parente no Humaitá [bairro da zona sul]. Fiquei presa quatro horas esperando um bloco passar. Decidi ficar em casa mesmo."
Para minimizar os transtornos, a prefeitura vai intensificar a fiscalização e ampliar a infraestrutura para os
foliões. Um dos focos é reduzir o número de pessoas que
urinam nas ruas: haverá
8.000 banheiros químicos.
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