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CASO DIADEMA
Comandante de Diadema teria contratado ex-PMs para sua empresa de segurança; caso prescreveu antes de julgamento
Coronel foi acusado de empregar ladrões
MARCELO GODOY
da Reportagem Local
O tenente-coronel Pedro Pereira Matheus,
que comandava
os PMs de Diadema (Grande
São Paulo) que
foram flagrados
extorquindo, torturando e dando
o tiro que matou Mário José Josino, 30, no mês passado, já foi processado por empregar ex-policiais
com antecedentes criminais em
sua empresa de segurança privada
e por violar o sigilo de investigações.
Matheus está preso desde quarta-feira por não ter comunicado ao
comando da PM a existência da fita de vídeo com as imagens da violência na favela Naval e por ter libertado o cabo Ricardo Luiz uzeto, também acusado pelo caso.
O oficial jamais foi julgado pelo
TJM (Tribunal de Justiça Militar),
embora tenha sido réu num processo da 4¦ Auditoria do tribunal,
pois a acusação prescreveu antes
de ser apreciada pelo conselho de
sentença do caso.
Se o julgamento não ocorre no
prazo previsto na lei -ou seja, se
há a prescrição-, o acusado não
pode ser mais punido. Matheus
havia sido denunciado em 1989. O
caso foi encerrado em 1993.
A denúncia do promotor José
Amado de Farias Souza acusava o
então capitão Matheus de ser o
proprietário da Prevenção Serviços de Vigilância e Segurança
Ltda.
A empresa ficava na avenida Vítor Mazzini, 364, sala 2, em Santo
Amaro (zona sul). Ela tem um nome semelhante à que ele é ligado,
atualmente, como ``contato'': Serviços de Prevenção e Vigilância
Ltda., também na zona sul.
Entre os soldados que ele empregaria na antiga empresa estariam
três homens que, segundo o Ministério Público, haviam sido expulsos da PM porque teriam se envolvido em roubos.
Além da antiga empresa, o então
capitão também foi acusado de se
dedicar à compra e à venda de cavalos. Na época, ele trabalhava no
1º Batalhão da PM, responsável
pela zona sul de São Paulo.
O esquema foi denunciado pelo
então capitão da PM Antônio Carlos Becker, que acabou sendo o
único punido pelo comando da
PM: ficou detido 30 dias no Regimento de Cavalaria 9 de Julho.
Os acusados negavam os crimes.
O inquérito que investigou o caso
foi feito no Comando de Policiamento da zona sul.
Além de Matheus, também foi
processado no caso o hoje capitão
Rogério de Oliveira Corte Brilho,
absolvido das acusações em 21 de
outubro de 1996.
O tenente-coronel Matheus deverá ficar preso até segunda-feira,
quando termina o prazo de quatro
dias úteis da prisão administrativa. O comando da PM se recusou a
informar o local da prisão.
Ao depor na CPI do Crime Organizado, o tenente-coronel afirmara que já havia sido processado anteriormente e que havia sido ``absolvido''.
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