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Parceria busca ampliar auxílio a dependentes
AURELIANO BIANCARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Na cidade de São Paulo, cerca
de 400 mil dependentes de álcool se beneficiariam com serviços de tratamento. Outros
800 mil poderiam ser ajudados
por terapias de 20 a 40 minutos.
Para chegar a esse universo,
os serviços de saúde precisariam, porém, treinar seus profissionais. Todos sabem diagnosticar úlcera, formigamento
nos dedos dos pés, até depressão ou ansiedade, mas poucos
sabem relacionar essas enfermidades ao uso do álcool.
É isso que está começando a
ser ensinado em quatro cidades, com a orientação da Organização Mundial da Saúde, em
parceria com prefeituras e faculdades. "Nas cidades de Juiz
de Fora (MG) e Ribeirão Preto
(SP), o programa já começou.
Em São Paulo e Diadema começará em maio", diz Maria
Lucia Formigoni, coordenadora da Uded, Unidade de Dependência de Drogas da Universidade Federal de São Paulo.
Do treinamento participam
médicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem, psicólogos
e até dentistas. Os profissionais
contarão com uma ficha que o
próprio paciente poderá
preencher e que ajudará a detectar seu grau de risco para o
álcool. Dependendo do estágio,
será oferecido um tratamento
ou uma breve terapia.
O que se sabe, diz Formigoni,
é que o alcoolismo no meio
médico é pouco conhecido e
carregado de preconceitos e
julgamentos do tipo "se você
bebe, é porque quer beber".
Segundo a psiquiatra, estudos mostram que, quando o
médico relaciona a doença ao
excesso de bebida e dedica ao
assunto pelo menos 20 minutos, 1/5 dos pacientes reduz a
quantidade de bebida.
Outra constatação é que 40%
chegam a receber algum atendimento uma vez por ano, em
postos de saúde. Isso significa
que as unidades básicas e o
Programa de Saúde da Família
são os pontos de contato entre
o profissional e quem bebe.
Segundo Formigoni, inicialmente serão treinadas 80 pessoas em São Paulo e 60 em Diadema. A médica diz que "faltam recursos" para um tratamento em massa.
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