São Paulo, terça-feira, 05 de abril de 2011

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ANÁLISE

Ao chegar aonde não estava, novo vírus se torna rapidamente o mais comum

BENEDITO FONSECA
ESPECIAL PARA A FOLHA

A dengue é causada por qualquer um dos sorotipos virais dengue-1, 2, 3 e 4. Todos podem causar as mais variadas formas da doença, desde as mais brandas até a mais grave, a dengue hemorrágica.
Desde os anos 1980, o Brasil convive com várias epidemias geradas pelos sorotipos 1, 2 ou 3. Recentemente, foi detectada a introdução do 4, de início no Norte e, depois, no Nordeste e no Sudeste.
Ainda é impossível saber o impacto. O que se sabe é que, sempre que um sorotipo passa a ser detectado onde não estava presente, rapidamente se torna o mais prevalente.
Esse é o comportamento visto com os outros três sorotipos no país e com os quatro em regiões hiperendêmicas, como o Sudeste Asiático.
Quanto à gravidade dos casos da infecção pelo dengue-4, só podemos avaliar baseando-nos em relatos das regiões hiperendêmicas. Estudo na Tailândia mostra que, de 1973 a 2001, o dengue-4 causou o menor número de internações. Porém, no Sudeste Asiático, há relatos de casos de dengue hemorrágica associados a ele. Portanto, não há como prever o significado de sua introdução.
O que deve ocorrer é a vigilância virológica para detectar a presença do sorotipo e a disseminação da informação aos médicos, para que a pessoa com suspeita de dengue seja questionada se já foi infectada por algum sorotipo.
Feito isso, o cuidado dos pacientes com dengue pode ser realizado de maneira a impedir que o mesmo seja responsável por casos fatais.

BENEDITO FONSECA é professor de infectologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP


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