São Paulo, quarta-feira, 05 de maio de 2010

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DENISE SIBILLE NACHTERGAELE (1920-2010)

O pão belga e as geleias tinham um toque especial

ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

A família conserva até hoje a receita do pão belga de Denise Nachtergaele. Tem cara de pão de forma, é simples e fácil de ser feito. Só que o segredo do sabor não se ensina: estava nas mãos de Denise.
Tudo o que recebia o toque dela na cozinha ficava bom, diz a família. Do pomar que tinha no sítio de Atibaia, no interior de SP, ela tirava a matéria-prima para as geleias que preparava. As de laranja e jabuticaba eram um sucesso só.
Nascida na Bélgica dois anos após o fim da Primeira Guerra (1914-1918), Denise mudou-se para o Brasil dois anos depois do desfecho da Segunda Guerra (1939-1945).
Ela e o marido haviam ajudado vítimas do conflito e acabaram eles mesmos tendo de fugir da Europa. O casal já chegou a SP com filhos.
André, o marido, era costureiro e abriu no Brooklin, na zona sul da capital, uma oficina onde fabricava vestidos. Denise o ajudava no serviço.
Até que decidiram se mudar para o sítio. Era lá que os netos passavam as férias.
Do neto Matheus, ator, ela ganhou o apelido Maniblue.
Também a chamavam de Manina. Era uma mulher brincalhona, mesmo nas situações difíceis -dizia ser "serelepe", qualidade que lamentava ter perdido nos últimos tempos.
Em casa, adorava ler -em francês- e levou um livro quando foi para o hospital.
Morreu na quinta, aos 90, de problemas cardíacos. Teve dois filhos, seis netos e cinco bisnetos. A missa de sétimo dia será realizada hoje, às 18h30, na igreja São Gabriel, no Jardim Paulista, em SP.

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