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DENISE SIBILLE NACHTERGAELE (1920-2010)
O pão belga e as geleias tinham um toque especial
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
A família conserva até hoje
a receita do pão belga de Denise Nachtergaele. Tem cara
de pão de forma, é simples e
fácil de ser feito. Só que o segredo do sabor não se ensina:
estava nas mãos de Denise.
Tudo o que recebia o toque
dela na cozinha ficava bom,
diz a família. Do pomar que tinha no sítio de Atibaia, no interior de SP, ela tirava a matéria-prima para as geleias que
preparava. As de laranja e jabuticaba eram um sucesso só.
Nascida na Bélgica dois
anos após o fim da Primeira
Guerra (1914-1918), Denise
mudou-se para o Brasil dois
anos depois do desfecho da
Segunda Guerra (1939-1945).
Ela e o marido haviam ajudado vítimas do conflito e
acabaram eles mesmos tendo
de fugir da Europa. O casal já
chegou a SP com filhos.
André, o marido, era costureiro e abriu no Brooklin, na
zona sul da capital, uma oficina onde fabricava vestidos.
Denise o ajudava no serviço.
Até que decidiram se mudar para o sítio. Era lá que os
netos passavam as férias.
Do neto Matheus, ator, ela
ganhou o apelido Maniblue.
Também a chamavam de Manina. Era uma mulher brincalhona, mesmo nas situações
difíceis -dizia ser "serelepe",
qualidade que lamentava ter
perdido nos últimos tempos.
Em casa, adorava ler -em
francês- e levou um livro
quando foi para o hospital.
Morreu na quinta, aos 90,
de problemas cardíacos. Teve
dois filhos, seis netos e cinco
bisnetos. A missa de sétimo
dia será realizada hoje, às
18h30, na igreja São Gabriel,
no Jardim Paulista, em SP.
coluna.obituario@uol.com.br
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