São Paulo, terça-feira, 05 de junho de 2001

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Faxineira foi estuprada após trabalho

DA REPORTAGEM LOCAL

Após uma jornada noturna limpando corredores e banheiros, a faxineira Denise (nome fictício), 26, teve de ir à delegacia denunciar que havia sido estuprada.
Um homem armado empurrou a faxineira a um terreno baldio, na zona sul. As ordens foram claras: tirar a roupa e não olhar para ele.
Este ano, a média de estupros chegou a 630 a cada 30 dias no Estado. Eram 554 casos por mês no ano passado e 540 em 1999.
Para tentar humanizar o atendimento às vítimas, o Estado criou o programa Bem-Me-Quer. Exames de corpo de delito foram do Instituto Médico Legal para o Hospital Pérola Byington, especializado no atendimento à mulher. Um carro policial adaptado para ser miniconsultório leva a vítima da delegacia ao hospital.
As mulheres conversam com uma assistente social. Quem precisar tem apoio psicológico.
Mônica Esposito, coordenadora do projeto, diz que o governo espera um aumento nas denúncias. "Muitas mulheres não tinham dinheiro para tomar um ônibus e ir fazer exame de corpo de delito."
Entre os crimes contra mulheres, só assassinato e tentativa de homicídio mantêm-se estáveis.
"O objetivo dos agressores é dominar a mulher", diz Amelinha Teles, fundadora da União de Mulheres, uma das entidades feministas mais antigas do país. "Eles só matam quando percebem que perderam completamente o controle." (GA)


Texto Anterior: Marido controlava horários em caderno
Próximo Texto: Mortes
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.