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Faxineira foi estuprada após trabalho
DA REPORTAGEM LOCAL
Após uma jornada noturna limpando corredores e banheiros, a
faxineira Denise (nome fictício),
26, teve de ir à delegacia denunciar que havia sido estuprada.
Um homem armado empurrou
a faxineira a um terreno baldio, na
zona sul. As ordens foram claras:
tirar a roupa e não olhar para ele.
Este ano, a média de estupros
chegou a 630 a cada 30 dias no Estado. Eram 554 casos por mês no
ano passado e 540 em 1999.
Para tentar humanizar o atendimento às vítimas, o Estado criou o
programa Bem-Me-Quer. Exames de corpo de delito foram do
Instituto Médico Legal para o
Hospital Pérola Byington, especializado no atendimento à mulher. Um carro policial adaptado
para ser miniconsultório leva a vítima da delegacia ao hospital.
As mulheres conversam com
uma assistente social. Quem precisar tem apoio psicológico.
Mônica Esposito, coordenadora
do projeto, diz que o governo espera um aumento nas denúncias.
"Muitas mulheres não tinham dinheiro para tomar um ônibus e ir
fazer exame de corpo de delito."
Entre os crimes contra mulheres, só assassinato e tentativa de
homicídio mantêm-se estáveis.
"O objetivo dos agressores é dominar a mulher", diz Amelinha
Teles, fundadora da União de
Mulheres, uma das entidades feministas mais antigas do país.
"Eles só matam quando percebem que perderam completamente o controle."
(GA)
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