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Marido controlava horários em caderno
DA REPORTAGEM LOCAL
Já adulta, Mariana (nome fictício), 47, teve de voltar a ter hábitos
de criança: era obrigada a anotar
em um caderno, que ficava na sala, a hora em que saía de casa, para
onde ia e a hora em que voltaria.
Tudo isso para que o marido
pudesse controlá-la. A última briga do casal, há cerca de um mês,
foi tão violenta que o braço de
Mariana ainda está marcado.
"Eu errei, ninguém deve suportar um sofrimento desse por tanto
tempo", afirma ela, que está terminando na Justiça o casamento
de 20 anos. "Aguentei porque tive
medo de que meus filhos passassem fome", justifica.
Os problemas se agravaram
quando o marido perdeu passou
a não ter mais como pagar o aluguel da casa, na periferia da zona
leste de São Paulo. Mariana passou a trabalhar para ajudá-lo.
"Ele dizia que eu tinha desejado
o mal dele, então a minha condenação seria pagar o aluguel e não
ter dinheiro para mais nada." O
ex-marido controlava sua renda.
Quando ela conseguia o dinheiro
do aluguel -R$ 250-, ele a obrigava a ficar em casa, mesmo se ela
tivesse compromissos profissionais. Quando tentava desobedecer, lhe perguntava se o dinheiro
era para sair com outros homens.
Mariana diz que o marido chegou a obrigá-la, com uma faca nas
mãos, a fazer sexo. "Ele diz que está arrependido e que me ama. Os
meninos têm pena, mas não
adianta. Pedi a libertação desse
sofrimento e fui atendida."
(GA)
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