São Paulo, quarta-feira, 05 de junho de 2002

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Suspeitos de organizar invasão estão presos

DA SUCURSAL DO RIO

A polícia do Rio apresentou ontem cinco homens, presos entre a madrugada de quinta-feira e a manhã de sábado, que teriam organizado a invasão do morro dos Macacos (Vila Isabel, zona norte), nos dias 24 e 25 de maio, e matado oito pessoas.
O grupo, ligado à facção criminosa CV (Comando Vermelho), estaria preparando um ataque ao presídio Bangu 4 (zona oeste), onde a maioria dos detentos é vinculada ao CV.
Duas novas invasões, uma no morro dos Macacos e outra no do Juramento (zona norte), também estavam programadas pela quadrilha, de acordo com informações da polícia. Elas seriam feitas para desviar a atenção da polícia, levando-a para longe do complexo penitenciário de Bangu.
Segundo o delegado da DRF (Delegacia de Roubos e Furtos), Alcides Iantorno, um dos presos, Adriano Ferreira dos Santos, 20, é o "homem forte" do traficante Elias da Silva, o Elias Maluco, principal líder do CV e o criminoso mais procurado do Estado.
Santos, Marcelo Sorza, 30, Tony de Oliveira Rodrigues, 22, Fabiano de Neves Martins, 23, e Marcondes de Lira Monteiro, 23, foram presos em Bonsucesso (zona norte), quando estavam reunidos para, supostamente, organizar as invasões e o ataque ao presídio. Eles moram nos morros da Mangueira, Mandela, Vila Kennedy e Alemão (zona norte).
Segundo a polícia, Santos contou que as ações ainda não haviam ocorrido porque o carregamento de armas não tinha chegado. Ele teria dito que granadas e lança mísseis seriam usados no ataque a Bangu 4, na tentativa de provocar uma fuga em massa.
Até um acampamento teria sido montado na mata atrás do complexo penitenciário para guardar armas e abrigar os criminosos. O acampamento não foi encontrado pelos policiais.
A polícia informou ter descoberto a quadrilha depois da prisão de Peres Modesto de Almeida, 28, e Ricardo Silva de Miranda, 23, que teriam participado de um assalto à Vila Olímpica da Mangueira, em março. O dinheiro obtido no assalto, R$ 84 mil, seria gasto na compra das armas.

Outro caso
Sônia Regina Alcântara, 37, foi morta a tiros durante a madrugada de ontem, na favela Mangueira, em Duque de Caxias, município da Baixada Fluminense.
De acordo com o depoimento de parentes à polícia, ela foi morta por traficantes que invadiram sua casa.
A polícia investiga a possibilidade de Sônia Regina ter sido assassinada por se recusar a colaborar com o tráfico e descarta a hipótese de assalto, pois nada foi roubado na casa.



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