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ONGs querem fiscalizar obras no Tietê
RENATO ESSENFELDER
DA REPORTAGEM LOCAL
O Movimento Grito das Águas -entidade civil que congrega 60 ONGs ambientalistas- deve apresentar hoje pela tarde uma representação no Ministério Público de São Paulo pedindo o direito de fiscalizar, com voluntários, as obras de despoluição e aprofundamento da calha do rio Tietê, em São Paulo.
A segunda fase das obras começou em abril. Até 2005, estão previstas, a partir de julho, implosões diárias para aprofundar o rio em 2,5 metros em uma faixa de 24,5 km. Para tanto, serão removidos 6,8 bilhões de litros de solo e rochas. As obras consumirão cerca de R$ 688,3 milhões.
O coordenador do Grito das Águas, Leonardo Morelli, diz temer que as empreiteiras responsáveis pela obra despejem detritos
contaminados na lagoa de Carapicuíba (região metropolitana),
que já está degradada.
A licitação do Governo do Estado prevê três destinos para o material que for retirado do Tietê: os
aterros sanitários de Guarulhos e
Caieira e a lagoa de Carapicuíba.
Os ambientalistas querem, porém, garantir que a lagoa só receba resíduos inertes, não-tóxicos.
Segundo a Cetesb (agência ambiental do governo paulista), cerca de 10% do material a ser removido durante a obra está contaminado. Essa parcela seria enviada para os aterros, e os resíduos inertes restantes iriam para a lagoa de
Carapicuíba.
Morelli, do Grito das Águas, pedirá o direito de colocar três fiscais voluntários em ação -um
em cada aterro e um na lagoa de
Carapicuíba. Eles trabalhariam
em três turnos, 24 horas por dia,
com um laboratório móvel para
analisar uma amostra dos sedimentos de cada caminhão antes
que a carga seja despejada nos depósitos.
O ambientalista deve ser recebido na tarde de hoje pelo secretário
de Estado do Meio Ambiente, José Goldemberg, para discutir a
proposta.
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