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Não escondemos nada, afirma chanceler francês
DENISE MENCHEN
DA SUCURSAL DO RIO
O ministro das Relações Exteriores da França, Bernard
Kouchner, negou que o governo francês ou a Air France estejam sonegando informações,
como afirmam alguns parentes
de passageiros do voo 447.
"Por enquanto, não existe
nenhuma explicação [para o
acidente]. Não estamos escondendo nada e não temos razão
nenhuma para esconder nada",
disse Kouchner em entrevista
coletiva no hotel Windsor, no
Rio, onde se encontrou com familiares das vítimas.
O diretor da área internacional da Air France, Jean-Claude
Kros, que acompanhou o chanceler em sua visita ao Rio, afirmou desconhecer alertas sobre
falhas de segurança do Airbus
A-330, modelo da aeronave acidentada. Se o avião não fosse
confiável, a tripulação da empresa não aceitaria embarcar
nele, segundo Kros.
A FAA (órgão que regulamenta o setor nos EUA) emitiu,
em março, um alerta aos pilotos de aviões A-330 e A-340 sobre possíveis problemas em um
equipamento.
Para demonstrar a confiança
na segurança do avião, o ministro francês contou que voltaria
ontem para Paris no voo de número 447 da Air France, o mesmo da tragédia.
Kouchner afirmou que as informações do Gabinete Independente de Inquérito francês,
que investiga as causas do acidente, são passadas ao público
diariamente e são compartilhadas com o Brasil.
"Os destroços encontrados
hoje por um helicóptero brasileiro serão analisados no Brasil.
Somos duas nações amigas e
compartilhamos informações",
disse Kouchner.
O ministro negou que o governo francês tenha dito a familiares dos passageiros que
não há sobreviventes. Ele reiterou que a chance é "ínfima",
mas ressalvou que cabe à procuradoria francesa decretar
mortes de desaparecidos em
prazo que pode ir de três semanas a três meses.
Questionado sobre a possibilidade de que o avião tenha sofrido um atentado, Kouchner
disse que "não há indícios ou
provas de uma explosão", mas
que, por ora, não é possível descartar nenhuma hipótese.
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