São Paulo, sexta-feira, 05 de junho de 2009

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Não escondemos nada, afirma chanceler francês

DENISE MENCHEN
DA SUCURSAL DO RIO

O ministro das Relações Exteriores da França, Bernard Kouchner, negou que o governo francês ou a Air France estejam sonegando informações, como afirmam alguns parentes de passageiros do voo 447.
"Por enquanto, não existe nenhuma explicação [para o acidente]. Não estamos escondendo nada e não temos razão nenhuma para esconder nada", disse Kouchner em entrevista coletiva no hotel Windsor, no Rio, onde se encontrou com familiares das vítimas.
O diretor da área internacional da Air France, Jean-Claude Kros, que acompanhou o chanceler em sua visita ao Rio, afirmou desconhecer alertas sobre falhas de segurança do Airbus A-330, modelo da aeronave acidentada. Se o avião não fosse confiável, a tripulação da empresa não aceitaria embarcar nele, segundo Kros.
A FAA (órgão que regulamenta o setor nos EUA) emitiu, em março, um alerta aos pilotos de aviões A-330 e A-340 sobre possíveis problemas em um equipamento.
Para demonstrar a confiança na segurança do avião, o ministro francês contou que voltaria ontem para Paris no voo de número 447 da Air France, o mesmo da tragédia.
Kouchner afirmou que as informações do Gabinete Independente de Inquérito francês, que investiga as causas do acidente, são passadas ao público diariamente e são compartilhadas com o Brasil.
"Os destroços encontrados hoje por um helicóptero brasileiro serão analisados no Brasil. Somos duas nações amigas e compartilhamos informações", disse Kouchner.
O ministro negou que o governo francês tenha dito a familiares dos passageiros que não há sobreviventes. Ele reiterou que a chance é "ínfima", mas ressalvou que cabe à procuradoria francesa decretar mortes de desaparecidos em prazo que pode ir de três semanas a três meses.
Questionado sobre a possibilidade de que o avião tenha sofrido um atentado, Kouchner disse que "não há indícios ou provas de uma explosão", mas que, por ora, não é possível descartar nenhuma hipótese.


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