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Professores da USP iniciam greve hoje
Presença da PM no campus é o motivo principal alegado pelos docentes para aderir ao movimento grevista iniciado por funcionários
Desde o dia 3, policiais estão permanentemente na USP; segundo a universidade, função deles é evitar que grevistas bloqueiem prédios
TALITA BEDINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Os professores da USP decidiram aderir a partir de hoje à
greve de funcionários da universidade, iniciada em 5 de
maio. Segundo os docentes, a
adesão é uma resposta à entrada da Polícia Militar no campus, nesta semana, para conter
piquetes de grevistas.
Na segunda-feira, 150 policiais militares, incluindo membros da Força Tática -espécie
de tropa de choque armada-,
estiveram na universidade para
cumprir um mandado de reintegração de posse pedido à Justiça pela reitora Suely Vilela.
Os agentes agiram para desbloquear a entrada do prédio da
reitoria, que estava fechada havia uma semana por funcionários grevistas, com o objetivo de
impedir a entrada de colegas
que não aderiram à paralisação.
A ação da PM se estendeu para
outros seis prédios bloqueados
desde o início da greve.
Na terça-feira, os grevistas
voltaram a fechar os prédios, o
que provocou, no dia seguinte,
a volta dos PMs. Desde então, a
polícia permanece no campus.
Revoltados com a presença
de policiais na USP, o que consideram uma atitude autoritária por parte da reitora, professores realizaram ontem uma
assembleia extraordinária.
Com 120 pessoas, o ato registrou a maior presença de docentes desde o início da greve
dos funcionários -há 9.000
professores da USP na capital.
As reivindicações foram, entre outras, a reabertura imediata das negociações com o
Cruesp (conselho de reitores
da USP, da Unesp e da Unicamp) e o fim de processos administrativos contra alunos e
funcionários que participaram
de outras greves.
A atual paralisação foi iniciada em meio à campanha salarial de funcionários das três
universidades estaduais paulistas. Eles pedem reajuste de 16%
mais um aumento de R$ 200 fixos. O Cruesp oferece 6,05%.
Na tarde de ontem, os alunos
também manifestaram o seu
descontentamento com a presença da PM no campus com
um protesto em frente à Fuvest
(Fundação Universitária para o
Vestibular). Eles pediram ainda o fim da Univesp, programa
de ensino à distância das universidades estaduais.
Por 40 minutos, estudantes
chegaram a fechar a portaria
principal da universidade, impedindo a entrada de carros.
A Força Tática foi chamada, o
que deixou a situação mais tensa, mas não houve confronto.
Em seguida, os estudantes se
reuniram em uma assembleia
em frente à reitoria, onde decidiriam sobre a adesão à greve.
Até a conclusão desta edição, a
reunião não havia terminado.
A USP afirma que a entrada
da polícia no campus foi uma
decisão da Justiça, que concedeu o mandado de reintegração
de posse, cumprido em 1º de junho. Segundo a universidade,
os policiais retornaram porque
os grevistas voltaram a fechar
prédios, descumprindo a determinação judicial.
Por meio de nota, o Cruesp
afirma que só voltará a negociar
após o fim dos piquetes.
Já os professores, alunos e
funcionários afirmam que só
voltam a conversar com o
Cruesp quando a PM sair do
campus. As negociações foram
suspensas no dia 25, quando
um grupo de estudantes invadiu a reitoria após alguns deles
e um funcionário serem barrados em uma reunião.
Colaborou LAURA CAPRIGLIONE, da Reportagem Local
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