São Paulo, sexta, 5 de junho de 1998

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EDUCAÇÃO
Pela manhã, protesto de docentes teve adesão baixa, o que também afastou a possibilidade de paralisação
Professores desistem de greve na USP

RENATO KRAUSZ
da Reportagem Local

Os professores da USP (Universidade de São Paulo) afastaram inicialmente a possibilidade de uma greve na universidade.
Ontem o dia foi marcado por paralisações e protestos nas três universidades estaduais paulistas -USP, Unicamp e Unesp-, mas a adesão foi considerada baixa.
Os professores protestam contra os 3% de reposição salarial anunciados pelo Cruesp (Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas).
De acordo com o professor Jair Borin, presidente da Adusp (Associação dos Docentes da USP), a possibilidade de greve está inicialmente descartada por três motivos: a proximidade do final do semestre letivo, da Copa do Mundo e do feriado de Corpus Christi.
De acordo com Borin, a paralisação de ontem teve adesão de 30% da universidade.
A reitoria da USP não fez um balanço, mas considera que a adesão ao movimento foi mínima.
Borin afirma que hoje haverá uma reunião do Fórum das Seis (entidade que reúne os sindicatos de professores e de funcionários das três universidades) para definir os rumos do movimento.
Segundo ele, os professores estão dispostos a abrir mão da reivindicação atual -reajuste imediato de 15% e aumento gradual dos salários até atingir 25% em novembro- caso o Cruesp se comprometa a abrir um canal de discussão da política salarial.
"Nosso objetivo é repor os 25% de perdas, mas estamos dispostos a negociar prazos", disse.
No início da tarde de ontem, os professores da USP fizeram um tipo diferente de protesto: foram até a escola estadual Daniel Paulo Verano Pontes e distribuíram cerca de 1.300 livros aos alunos.

Unesp

Na Unesp, a paralisação foi de 20%, segundo o presidente da associação de docentes, Antônio Luís de Andrade.
"O resultado foi insatisfatório", disse Andrade. Segundo ele, existe a possibilidade de ocorrer nova paralisação dia 17.
Para o chefe de gabinete da reitoria da Unesp, Widsney Alves Ferreira, o movimento de ontem teve adesão inferior a 10%.
A Unicamp não teve paralisação de professores, somente de funcionários.
Os professores fizeram uma carta aberta e discutiram o problema salarial com os alunos. A associação dos docentes marcou uma assembléia para o dia 9.

Reajuste máximo

O reitor da Unicamp e presidente do Cruesp, Hermano Tavares, disse por meio de sua assessoria de imprensa que o reajuste de 3% é o máximo possível no momento.
Segundo a assessoria, o Cruesp vai lutar para transformar o percentual de 9,57% do ICMS -parte da arrecadação que é destinada às três universidades- em projeto de lei (atualmente o repasse é regulado por decreto).



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