São Paulo, sexta, 5 de junho de 1998

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Protesto de camelôs fecha lojas no centro de SP

da "Folha da Tarde"

Um protesto de camelôs no Brás (região central) obrigou os lojistas a fecharem as lojas na manhã de ontem.
Cerca de 300 ambulantes, segundo a PM, percorreram durante quase três horas as ruas Visconde de Abaeté, Maria Marcolina, Oriente, Miller e a avenida Rangel Pestana. Por onde eles passavam, os lojistas eram obrigados a fechar as portas.
Acompanhados de carro de som, os ambulantes andaram pelas ruas do bairro pedindo o fechamento das lojas. Alguns comerciantes fechavam parcialmente as portas, mas reabriam logo depois.
Segundo o presidente da Associação dos Comerciantes do Brás, Wehbe Youssef Dawalibi, as 7.200 lojas da região tiveram um prejuízo de R$ 50 milhões, cerca de 0,04% do faturamento. "Essas manifestações, que eu considero políticas, acabam prejudicando o faturamento da semana toda, pois as pessoas ficam com medo e não vêm para cá", disse.
De acordo com a Polícia Militar, cerca de 100 policiais acompanharam o protesto.
A manifestação foi uma represália à retirada anteontem dos ambulantes da rua Miller, em frente ao bolsão do Largo da Concórdia, que após conflito com a Guarda Civil Metropolitana, terminou com cinco ambulantes presos e alguns feridos.
Segundo o Sintein (Sindicato dos Trabalhadores na Economia Informal), organizador do protesto, cerca de 200 camelôs trabalhavam nessa rua.
Para terminar a remoção de ontem e evitar que os camelôs remontassem as barracas na rua, fiscais da Administração Regional da Sé, responsável pela retirada, e 196 homens da GCM realizaram uma nova operação ontem por volta das 6h30. Segundo a assessoria de imprensa da Regional da Sé, oito barracas foram apreendidas nessa operação.
De acordo com a GCM não ocorreram conflitos. Mas, segundo alguns ambulantes, os guardas agiram com violência.
A remoção dos ambulantes é determinação do prefeito Celso Pitta (PPB), que quer transferi-los para os camelódromos.
Os camelôs se recusam a ir para os bolsões, e prometem nova manifestação para a próxima segunda-feira. (RENATA AFONSO)



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