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São Paulo, sábado, 05 de julho de 2003

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TRÂNSITO

Medida prevê que serviço ofereça relatório técnico de impacto de vizinhança, local para estacionamento e seguro

Projeto de lei quer regulamentar valets

DA REPORTAGEM LOCAL

Falta de regulamentação e de estrutura são as principais dificuldades, segundo a Subprefeitura de Pinheiros, na fiscalização das empresas de valets. Para a subprefeita Bia Pardi, o problema é semelhante ao enfrentado com os camelôs, que, após as fiscalizações, saem correndo e depois retornam para o local.
Pardi afirma que a subprefeitura continuará realizando novas blitze, porém o poder de atuação é reduzido, uma vez que pode apenas multar por uso irregular das calçadas.
Até agora, as únicas iniciativas para impor regras ao setor partiram da Câmara Municipal. A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que investiga a atuação dos valets, presidida pelo vereador William Woo (PSDB), apresentou, em um debate público, um projeto de lei para regulamentar o serviço.
Pelo projeto, os valets deverão possuir um local adequado e seguro para estacionar os veículos, apresentar relatório técnico de impacto de vizinhança e possuir seguro para cobertura de danos e roubo do veículo.
A responsabilidade pelos danos e multas deverá, pelo projeto, ser assumida também pelos donos dos estabelecimentos que contrataram o serviço. A idéia é evitar constrangimentos como o de alguns motoristas que, no mês passado, tiveram seus carros guinchados pela CET por estarem estacionados em locais proibidos.
Prejuízos como o da estudante Renata Ferreira Lima também seriam evitados com a regulamentação. A estudante recebeu em casa a notificação de uma multa por estacionamento em local proibido. Estranhando o local, checou a data e horário e descobriu que o carro foi estacionado por um valet na Vila Madalena.
"Tentei voltar lá, explicar, mas não adiantou. Não tinha recibo para provar que o carro estava com o valet naquele horário. Eles não pagaram a multa. No fim, terminei tendo que pagar e ainda levei pontos na carteira", desabafa.
Quando o manobrista do valet, na Vila Olímpia, trouxe seu Peugeot cinza, a redatora publicitária Karla Ichiba de Oliveira viu que a porta do motorista estava arrombada e o aparelho de som tinha sido furtado. "O gerente do valet foi grosso comigo, não quis se responsabilizar, nem ouvir minha reclamação. Era uma pessoa totalmente despreparada", conta.
Após muita insistência e horas de espera, a danceteria resolveu pagar o conserto do carro e um novo aparelho de som.
Reclamações como essas são comuns nos valets da Vila Madalena e da Vila Olímpia. Levantamento feito pela CPI em mais de cem boletins de ocorrência, registrados nos distritos policiais dos bairros, mostrou que o problema mais comum enfrentado pelos usuários do serviço é o furto de objetos, como rádios e CDs.
Outros registros são de danos no veículo -como vidros quebrados e portas amassadas- e multas por estacionamento irregular. (SIMONE IWASSO)


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