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TRÂNSITO
Medida prevê que serviço ofereça relatório técnico de impacto de vizinhança, local para estacionamento e seguro
Projeto de lei quer regulamentar valets
DA REPORTAGEM LOCAL
Falta de regulamentação e de
estrutura são as principais dificuldades, segundo a Subprefeitura
de Pinheiros, na fiscalização das
empresas de valets. Para a subprefeita Bia Pardi, o problema é semelhante ao enfrentado com os
camelôs, que, após as fiscalizações, saem correndo e depois retornam para o local.
Pardi afirma que a subprefeitura continuará realizando novas
blitze, porém o poder de atuação é
reduzido, uma vez que pode apenas multar por uso irregular das
calçadas.
Até agora, as únicas iniciativas
para impor regras ao setor partiram da Câmara Municipal. A CPI
(Comissão Parlamentar de Inquérito) que investiga a atuação
dos valets, presidida pelo vereador William Woo (PSDB), apresentou, em um debate público,
um projeto de lei para regulamentar o serviço.
Pelo projeto, os valets deverão
possuir um local adequado e seguro para estacionar os veículos,
apresentar relatório técnico de
impacto de vizinhança e possuir
seguro para cobertura de danos e
roubo do veículo.
A responsabilidade pelos danos
e multas deverá, pelo projeto, ser
assumida também pelos donos
dos estabelecimentos que contrataram o serviço. A idéia é evitar
constrangimentos como o de alguns motoristas que, no mês passado, tiveram seus carros guinchados pela CET por estarem estacionados em locais proibidos.
Prejuízos como o da estudante
Renata Ferreira Lima também seriam evitados com a regulamentação. A estudante recebeu em casa a notificação de uma multa por
estacionamento em local proibido. Estranhando o local, checou a
data e horário e descobriu que o
carro foi estacionado por um valet
na Vila Madalena.
"Tentei voltar lá, explicar, mas
não adiantou. Não tinha recibo
para provar que o carro estava
com o valet naquele horário. Eles
não pagaram a multa. No fim, terminei tendo que pagar e ainda levei pontos na carteira", desabafa.
Quando o manobrista do valet,
na Vila Olímpia, trouxe seu Peugeot cinza, a redatora publicitária
Karla Ichiba de Oliveira viu que a
porta do motorista estava arrombada e o aparelho de som tinha sido furtado. "O gerente do valet foi
grosso comigo, não quis se responsabilizar, nem ouvir minha
reclamação. Era uma pessoa totalmente despreparada", conta.
Após muita insistência e horas
de espera, a danceteria resolveu
pagar o conserto do carro e um
novo aparelho de som.
Reclamações como essas são
comuns nos valets da Vila Madalena e da Vila Olímpia. Levantamento feito pela CPI em mais de
cem boletins de ocorrência, registrados nos distritos policiais dos
bairros, mostrou que o problema
mais comum enfrentado pelos
usuários do serviço é o furto de
objetos, como rádios e CDs.
Outros registros são de danos
no veículo -como vidros quebrados e portas amassadas- e
multas por estacionamento irregular.
(SIMONE IWASSO)
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