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CRIME ORGANIZADO
Dupla ligada ao PCC foi condenada pela morte de advogado e tentativa de homicídio, além de mais dois crimes
Acusados de atentado pegam 40 anos
ALESSANDRO SILVA
DO ENVIADO ESPECIAL A SÃO VICENTE
Os dois acusados do atentado
contra o fórum de São Vicente, no
litoral de São Paulo, foram condenados ontem a 40 anos e quatro
meses de prisão, após dois dias de
julgamento no mesmo prédio onde se deu o ataque, em 2002, atribuído à facção criminosa PCC
(Primeiro Comando da Capital).
Em decisão unânime, os sete jurados responderam desfavoravelmente a eles em mais de 40 perguntas formuladas pela juíza do
caso, Debora Faitarone Pereira.
A defesa de Marcelo Calixto
Costa, 27, e Sérgio Luiz Fidelis, 30,
que disse ser membro do PCC à
juíza e jurados, irá recorrer da decisão, questionando as provas coletadas na investigação
Em 19 de fevereiro do ano passado, segundo a condenação, os
dois invadiram o fórum da cidade
atirando. Assassinaram o advogado Antonio José da Silva, 35, e feriram o funcionário da recepção
José Ailton Bezerra. Além de disparar a esmo no saguão, a dupla
jogou uma granada, que não detonou, no prédio.
Pelo ataque, os dois foram condenados por homicídio duplamente qualificado (do advogado),
tentativa de assassinato (do funcionário do fórum), cuja pena foi
de 31 anos e 11 meses, e pelo crime
de explosão (por causa da granada) e de facilitação de fuga (um
preso seria resgatado) -mais 8
anos e cinco meses. Pela legislação brasileira, ninguém pode ficar
mais de 30 anos preso.
Para os promotores Levy Emanuel Magno, do Gaeco, e Manoel
Torralbo Gimenez Júnior, de São
Vicente, a condenação é emblemática. "Mostra que a sociedade
paulista não vai se curvar ao crime organizado", diz Gimenez Jr.
O advogado dos presos, Joaquim Fernandes, 36, disse que irá
sustentar na apelação que a defesa
teve o direito de defesa prejudicado no processo e que as provas
não mostram que foram eles os
responsáveis pelo atentado.
Calixto e Fidelis, que estavam
foragidos de presídios paulistas
quando o crime aconteceu, já
eram condenados, respectivamente, pelos crimes de tráfico de
drogas e assalto. Os dois aparecem em organograma da facção
divulgado no ano passado pela
polícia e Fidelis, de acordo com
interceptações telefônicas, estaria
coordenando pontos-de-venda
de drogas na Baixada Santista.
Parentes do advogado assassinado, que acompanharam o julgamento desde o início a decisão,
ficaram emocionados com a decisão. "Isso tira 90% do fardo que
vínhamos carregando", disse ontem o operador químico Brás Vitor Pinto Almeida, 42, um dos 11
irmãos da vítima.
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