São Paulo, quarta-feira, 05 de julho de 2006 |
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GILBERTO DIMENSTEIN Garagem mágica
Aos 13, Sérgio tentava deixar
mais potente o carro do pai.
Hoje, aos 38, testa filtro que
reduzirá poluição em veículos
Ficaram bem longe os tempos da garagem-laboratório, que se prestava também para seus ensaios musicais. Tocava, na banda, guitarra. "Vivia arrumando confusão com os vizinhos por causa do barulho." Entre seus colegas, havia um incansável baterista. Como não podia deixar de ser, Sérgio cursou engenharia e, anos depois, ao se envolver com questões de meio ambiente, interessou-se em melhorar os filtros dos veículos para combater a poluição. "Os filtros não funcionavam bem para conter as menores partículas geradas pela combustão dos motores." São justamente essas partículas as mais ameaçadoras para o sistema respiratório, trazendo o risco de câncer. Daí aquela estatística fúnebre, levantada pelo Laboratório de Poluição Atmosférica do Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina da USP. De acordo com esse centro de pesquisa, alguém exposto constantemente à poluição é como se fumasse cinco cigarros todos os dias. Estimulado por esse tipo de informação, Sérgio tirava dinheiro do próprio bolso para bancar as pesquisas, realizadas nas horas vagas, para neutralizar as partículas (o nome científico é PM 2,5), muitas vezes menores do que o diâmetro de um fio de cabelo. A improvisação laboratorial acabou quando uma empresa americana (Sabertec) especializada em tecnologia para preservação do meio ambiente resolveu bancar as experiências do filtro desenvolvido por Sérgio. Depois de vários anos de testes, chega-se, neste momento, à reta final. Com apoio da Secretaria Municipal do Verde de São Paulo e fiscalização de pesquisadores da Faculdade de Medicina da USP, um ônibus está rodando com o filtro. Seus resultados são promissores, e até o final do mês sairá um laudo definitivo. A idéia é instalar o aparelho inicialmente nos ônibus e, depois, nos demais veículos movidos a diesel, álcool e gasolina. "Queremos ir bem mais longe." A empresa americana trataria, então, de dar escala mundial à invenção, iniciada, de verdade, na bagunçada garagem de uma casa em Santana. gdimen@uol.com.br Texto Anterior: Parente diz que agentes põem vidro na comida dos presos Próximo Texto: A cidade é sua: Contribuinte do FGTS reclama do atendimento dado pela CEF Índice |
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