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Juiz proíbe bloqueio da avenida Paulista e critica autoridades; Apeoesp vê "mordaça"
DA REPORTAGEM LOCAL
O juiz Maury Ângelo Bottesini, da 31ª Vara Cível, proibiu
ontem que os professores da
rede estadual interrompessem
o trânsito na avenida Paulista
para realizar uma manifestação, como tinha ocorrido nas
três sextas-feiras anteriores.
No seu despacho, o juiz criticou, além dos grevistas, as autoridades e o Ministério Público pela forma como lidaram
com as recentes manifestações
dos professores em greve, que
prejudicaram o trânsito.
Na liminar concedida a pedido do Ministério Público, o juiz
estipulou multa de R$ 500 mil
em caso de descumprimento.
Os professores então transferiram o ato para a praça da República e suspenderam a passeata.
A presidente da Apeoesp
(Sindicato dos Professores do
Ensino Oficial do Estado de São
Paulo), Maria Izabel Noronha,
classificou a liminar como uma
tentativa de "amordaçar" a categoria. "Ele, como juiz, tem a
força da lei. E nós, temos o quê?
Não temos outra forma senão
ocupar as ruas."
Na ação, o Ministério Público
alegou que as três passeatas
-dos últimos dias 13, 20 e 27,
organizadas pela Apeoesp e pela central sindical Conlutas-
provocaram cerca de 15 km de
congestionamento e afetaram
mais de 16 mil pessoas. Citou
ainda cálculo da CET, que
aponta R$ 173.686,10 de prejuízo nos dias 13 e 20.
As manifestações na Paulista
afetam ainda o atendimento
nos cinco hospitais da região. A
via ainda serve de rota de acesso para pelo menos outros dez.
A decisão judicial não proibiu
as entidades de se manifestarem, mas determinou que seus
atos não afetem o trânsito.
Em seu despacho, o juiz Bottesini escreveu que as autoridades estão "pouco à vontade" para exercer seu papel, até mesmo usando a força, "no limite
necessário para impedir o abuso do direito de greve".
A Secretaria da Segurança
Pública, responsável pelo policiamento, afirmou que não se
manifestaria sobre a decisão. A
Prefeitura de São Paulo decidiu
não comentar a decisão do juiz.
O juiz afirmou ainda que o
Ministério Público demorou
demais para levar a questão à
Justiça. A promotora Stela Tinone Kuba, autora da ação, disse que o Ministério Público só
conseguiu os dados para elaborar a ação anteontem, pois dependia de informações da Polícia Militar e da Secretaria Municipal dos Transportes.
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