São Paulo, sábado, 05 de julho de 2008

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outro lado

Polícia diz que não negociou com investigados

DA REPORTAGEM LOCAL

O governador José Serra (PSDB), o secretário da Segurança Pública, Ronaldo Marzagão, e o delegado-geral da Polícia Civil, Maurício José Lemos Freire, não quiseram falar sobre como a sede da delegacia fazendária foi reformada.
Em nota assinada pela assessoria de imprensa, a Delegacia Geral de Polícia diz que a obra foi feita pelo Conseg (Conselho Comunitário de Segurança) da região da Saúde por meio de doações, mas não explica quem foram os doadores nem quanto foi gasto na reforma.
Segundo o texto, o Conseg é responsável pela contratação dos trabalhadores, bem como pelo valor despendido.
Mas a nota oficial não explica como o Conseg pode ser responsável pela obra, se nem mesmo existe juridicamente, como diz o seu vice-presidente, Danilo Maso. Não explica também o motivo de não existir registro em "Diário Oficial" sobre a obra, como prevê a lei.
O texto diz que a polícia não participou de "negociações com empresas investigadas, "suposição que repelimos com veemência".
O delegado-geral da Polícia Civil, Lemos Freire, foi procurado oficialmente pela reportagem desde a última terça-feira.
Ele chegou a agendar uma entrevista, mas não compareceu ao compromisso e alegou, por meio de assessores, que "precisava resolver problemas na polícia decorrentes do apagão da internet."
Lemos Freire, ainda segundo as informações de seus assessores, "não gosta de conceder entrevistas por telefone e por isso não iria atender a reportagem". O delegado-geral se negou a marcar nova data para a entrevista.
Na nota oficial, a assessoria de imprensa não respondeu se o material usado na reforma da delegacia fazendária tem nota fiscal e qual a origem de cada item usado na obra.
A reportagem chegou a pedir cópias das notas fiscais do material supostamente doado pelo Conseg da Vila Clementino/ Saúde para a reforma, mas nem a Segurança Pública nem a Delegacia-Geral da Polícia Civil atenderam o pedido.
O governador Serra foi procurado ontem para falar sobre a reforma na delegacia fazendária, mas ele não se manifestou. Um e-mail com o teor da reportagem, para que ele se manifestasse, também foi enviado para seus assessores de comunicação, mas nenhuma resposta foi dada. (RP e AC)


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