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outro lado
Polícia diz que não negociou com investigados
DA REPORTAGEM LOCAL
O governador José Serra
(PSDB), o secretário da Segurança Pública, Ronaldo Marzagão, e o delegado-geral da Polícia Civil, Maurício José Lemos
Freire, não quiseram falar sobre como a sede da delegacia fazendária foi reformada.
Em nota assinada pela assessoria de imprensa, a Delegacia
Geral de Polícia diz que a obra
foi feita pelo Conseg (Conselho
Comunitário de Segurança) da
região da Saúde por meio de
doações, mas não explica quem
foram os doadores nem quanto
foi gasto na reforma.
Segundo o texto, o Conseg é
responsável pela contratação
dos trabalhadores, bem como
pelo valor despendido.
Mas a nota oficial não explica
como o Conseg pode ser responsável pela obra, se nem
mesmo existe juridicamente,
como diz o seu vice-presidente,
Danilo Maso. Não explica também o motivo de não existir registro em "Diário Oficial" sobre
a obra, como prevê a lei.
O texto diz que a polícia não
participou de "negociações
com empresas investigadas,
"suposição que repelimos com
veemência".
O delegado-geral da Polícia
Civil, Lemos Freire, foi procurado oficialmente pela reportagem desde a última terça-feira.
Ele chegou a agendar uma
entrevista, mas não compareceu ao compromisso e alegou,
por meio de assessores, que
"precisava resolver problemas
na polícia decorrentes do apagão da internet."
Lemos Freire, ainda segundo
as informações de seus assessores, "não gosta de conceder entrevistas por telefone e por isso
não iria atender a reportagem".
O delegado-geral se negou a
marcar nova data para a entrevista.
Na nota oficial, a assessoria
de imprensa não respondeu se
o material usado na reforma da
delegacia fazendária tem nota
fiscal e qual a origem de cada
item usado na obra.
A reportagem chegou a pedir
cópias das notas fiscais do material supostamente doado pelo
Conseg da Vila Clementino/
Saúde para a reforma, mas nem
a Segurança Pública nem a Delegacia-Geral da Polícia Civil
atenderam o pedido.
O governador Serra foi procurado ontem para falar sobre a
reforma na delegacia fazendária, mas ele não se manifestou.
Um e-mail com o teor da reportagem, para que ele se manifestasse, também foi enviado para
seus assessores de comunicação, mas nenhuma resposta foi dada.
(RP e AC)
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