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Corpo achado no RJ pode ser de padre que voou com balão
Parte do corpo resgatada está em mau estado
DA SUCURSAL DO RIO
Um corpo encontrado no litoral de Maricá, a 60 km do Rio,
pode ser do padre Adelir de
Carli, desaparecido há dois meses após tentar voar de Paranaguá (PR) a Ponta Grossa alçado
por mil balões de festa.
A metade do corpo (apenas
as pernas) foi resgatada por um
rebocador a serviço da Petrobras a 100 km da costa. O corpo
estava com uma calça com um
tecido azulado e com vestígio
de um material brilhante -que
pode ser alumínio-, de acordo
com o vice-diretor do IML
(Instituto Médico Legal) de
Macaé, Paulo Alves.
O corpo estava em alto estado de decomposição. A empresa diz também que havia indícios do uso de pára-quedas, como cordas presas à virilha.
A polícia ainda não confirma
que o corpo seja do padre. A
123ª DP (Macaé), onde o caso
foi registrado, investiga também se o corpo é do piloto de
helicóptero da Petrobras Paulo
Roberto Veloso Calmon, desaparecido desde fevereiro após
um acidente em que estava a
serviço da empresa.
"A única evidência de que o
corpo é do padre é esse material
brilhante, que pode ser alumínio ou não", disse Alves. O delegado Daniel José Bandeira de
Mello Gomes afirmou que pedirá o material genético das
duas famílias -de Carli e Calmon- para identificar de quem
é o corpo encontrado.
O resultado do exame para
comparar os materiais genéticos deve demorar de 15 a 20
dias. A família do padre afirmou que vai enviar amostras de
sangue do pai do religioso, o
aposentado Aurélio de Carli,
65, para o exame de DNA.
"Estamos com uma expectativa grande de que seja o meu
irmão. Afinal poderemos dar a
ele um funeral e colocar um fim
a esse ponto de interrogação.
Queremos que essa agonia da
família e dos amigos acabe",
disse Marcos de Carli, 29.
A família decidiria ainda ontem quem viajaria ao Estado do
Rio para acompanhar os trabalhos de identificação. Em caso
de identificação positiva, a família do padre quer fazer o funeral em Ampére (510 km de
Curitiba), cidade natal dele.
Para o irmão do padre, ele
cumpriu sua missão de divulgar
o trabalho da pastoral de apoio
a caminhoneiros desenvolvida
na paróquia de Paranaguá. "O
vôo trouxe muito retorno para
o projeto dele, mesmo tendo
pago com a vida. Ele sempre fez
isso em prol dos outros e nunca
para favorecer o próprio ego."
Carli tinha como objetivo bater o recorde de balonismo caseiro. Pretendia ficar 20 horas
no ar. O padre insistiu em voar,
mesmo com o tempo ruim no
dia da decolagem, em 21 de
abril. O Corpo de Bombeiros
encerrou as buscas a Carli em
11 de maio.
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