São Paulo, sábado, 05 de julho de 2008

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Corpo achado no RJ pode ser de padre que voou com balão

Parte do corpo resgatada está em mau estado

DA SUCURSAL DO RIO

Um corpo encontrado no litoral de Maricá, a 60 km do Rio, pode ser do padre Adelir de Carli, desaparecido há dois meses após tentar voar de Paranaguá (PR) a Ponta Grossa alçado por mil balões de festa.
A metade do corpo (apenas as pernas) foi resgatada por um rebocador a serviço da Petrobras a 100 km da costa. O corpo estava com uma calça com um tecido azulado e com vestígio de um material brilhante -que pode ser alumínio-, de acordo com o vice-diretor do IML (Instituto Médico Legal) de Macaé, Paulo Alves.
O corpo estava em alto estado de decomposição. A empresa diz também que havia indícios do uso de pára-quedas, como cordas presas à virilha.
A polícia ainda não confirma que o corpo seja do padre. A 123ª DP (Macaé), onde o caso foi registrado, investiga também se o corpo é do piloto de helicóptero da Petrobras Paulo Roberto Veloso Calmon, desaparecido desde fevereiro após um acidente em que estava a serviço da empresa.
"A única evidência de que o corpo é do padre é esse material brilhante, que pode ser alumínio ou não", disse Alves. O delegado Daniel José Bandeira de Mello Gomes afirmou que pedirá o material genético das duas famílias -de Carli e Calmon- para identificar de quem é o corpo encontrado.
O resultado do exame para comparar os materiais genéticos deve demorar de 15 a 20 dias. A família do padre afirmou que vai enviar amostras de sangue do pai do religioso, o aposentado Aurélio de Carli, 65, para o exame de DNA.
"Estamos com uma expectativa grande de que seja o meu irmão. Afinal poderemos dar a ele um funeral e colocar um fim a esse ponto de interrogação. Queremos que essa agonia da família e dos amigos acabe", disse Marcos de Carli, 29.
A família decidiria ainda ontem quem viajaria ao Estado do Rio para acompanhar os trabalhos de identificação. Em caso de identificação positiva, a família do padre quer fazer o funeral em Ampére (510 km de Curitiba), cidade natal dele.
Para o irmão do padre, ele cumpriu sua missão de divulgar o trabalho da pastoral de apoio a caminhoneiros desenvolvida na paróquia de Paranaguá. "O vôo trouxe muito retorno para o projeto dele, mesmo tendo pago com a vida. Ele sempre fez isso em prol dos outros e nunca para favorecer o próprio ego."
Carli tinha como objetivo bater o recorde de balonismo caseiro. Pretendia ficar 20 horas no ar. O padre insistiu em voar, mesmo com o tempo ruim no dia da decolagem, em 21 de abril. O Corpo de Bombeiros encerrou as buscas a Carli em 11 de maio.


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