São Paulo, domingo, 05 de julho de 2009

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Serviço cresce mais nas grandes cidades

Aumento dos mototáxis é proporcionalmente maior nos municípios acima de 500 mil habitantes, segundo o IBGE

Especialistas apontam que regulamentação pelo Senado deve consolidar implantação do mototáxi nas grandes metrópoles

Leo Caldas/Folha Imagem
Mototaxistas levam passageiros em Caruaru (PE)

DA REPORTAGEM LOCAL

O transporte remunerado de passageiros por motocicletas é predominante nos municípios pequenos, mas sua expansão para os maiores já começou a ser detectada pelo IBGE (instituto de geografia e estatística).
Em 2005, havia mototáxis em 47,1% das cidades do país. Desde então, ele conquistou duas por semana -em 2008, estava em 52,7% do total.
O ritmo de difusão dos mototáxis no Sudeste é superior ao de todas as regiões (23% em três anos, ante a média de 12%).
O crescimento foi maior, proporcionalmente, onde há mais de 500 mil habitantes.

Senado
O passo mais concreto para introduzir os mototáxis nas metrópoles, dizem especialistas, é a oficialização da profissão pelo Senado. A regulamentação está pronta para ser votada e não deve enfrentar revés.
A tendência também é que seja sancionada pelo presidente Lula. Embora haja divisões dentro do governo federal, a posição favorável do Ministério do Trabalho deve prevalecer sobre as ressalvas nas pastas da Saúde e das Cidades.
Hoje existe um imbróglio jurídico para difundir os mototáxis. Na Justiça, há entendimentos de que a possibilidade de transportar passageiros por moto, mediante remuneração, requer um aval da União.
A regulamentação do mototáxi prevista em projeto do Senado visa eliminar esse obstáculo. Embora a decisão final sobre a implantação do serviço fique no futuro a cargo de cada município, a avaliação predominante entre especialistas é que a porteira será aberta.
"É um perigo enorme para um município como São Paulo. Há previsão de que isso geraria um número de mais de 20 mortes por semana", declarou na semana passada Alexandre de Moraes, secretário municipal dos Transportes de São Paulo.
Além dos especialistas em segurança viária, as empresas de ônibus também fazem pressão contra a expansão dos mototáxis. Há lugares onde a concorrência das motocicletas eliminou a presença dos coletivos.
Marcos Bicalho dos Santos, da NTU (associação nacional das viações), admite que a degradação do transporte de ônibus é um dos principais incentivos para os mototáxis e defende a melhoria do sistema de ônibus (com pistas exclusivas para os veículos andarem mais rápido). (ALENCAR IZIDORO)


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