São Paulo, segunda-feira, 05 de agosto de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

EDUCAÇÃO

Projeto que prevê transporte escolar gratuito em SP terá nova licitação

Falta de perueiro atrasa Vai e Volta

RENATO ESSENFELDER
DA REPORTAGEM LOCAL

A meta estabelecida pela Prefeitura de São Paulo de transportar, até o final deste ano, 100 mil alunos da rede pública de ensino diariamente de casa para a escola está sujeita a novos atrasos. Isso porque, segundo a prefeita Marta Suplicy (PT), o programa Vai e Volta, que prevê transporte escolar gratuito, esbarra na falta de mão-de-obra qualificada.
Como reflexo do problema, a licitação aberta pela prefeitura para contratar, até o final deste mês, 1.600 perueiros, deve ser encerrada com apenas metade das vagas preenchidas. Os 800 cargos restantes deverão ser licitados novamente a partir do próximo dia 15.
Hoje, 427 perueiros contratados no início do ano em regime emergencial participam do Vai e Volta, que beneficia 25 mil crianças (25% da meta). Para chegar às 100 mil estipuladas, seria necessário elevar o número de motoristas para cerca de 1.800, segundo a Secretaria dos Transportes.
A mesma licitação que será aberta para preencher as vagas que sobrarem do processo atual deverá absorver os perueiros que hoje atuam em regime de contratação emergencial.
Lançado em dezembro como parte de um plano para facilitar a frequência à escola, o Vai e Volta já teve a sua licitação suspensa em abril, por questões técnicas, mas, mesmo assim, foi anunciado com alarde na propaganda oficial da gestão Marta Suplicy, em junho.
A prefeitura não nega a existência dos empecilhos. "Estamos com dificuldades para implementar [o Vai e Volta" porque nós não conseguimos gente para fazer a condução, que é um transporte qualificado", disse Marta.
"O teste é rigoroso e só uma porcentagem pequena [de candidatos" passa", complementou o secretário municipal dos Transportes, Carlos Zarattini. Segundo ele, o fato de não haver mão-de-obra habilitada em quantidade suficiente "é um problema que não prevíamos".
A rede pública municipal de ensino conta com aproximadamente 960 mil alunos. Desses, 134 mil se cadastraram no início do ano para o transporte escolar, e 100 mil foram escolhidos para serem beneficiados até o final do ano.
A seleção é feita com base em quatro critérios: crianças com problemas crônicos de saúde, menor faixa etária, menor renda familiar e que morem mais distante da escola onde estudam.
A prefeitura destinou R$ 72 milhões do Orçamento de 2002 para o programa Vai e Volta. Os motoristas, que transportam três grupos de crianças por dia, recebem, em média, R$ 60 por criança. Em média, 18 alunos são transportados por "viagem".
Apesar das dificuldades, a prefeitura afirma que a meta de 100 mil crianças incluídas no programa até o fim do ano não será postergada. "Nós estamos trabalhando firmemente para isso [cumprir o prazo"", disse Zarattini.

Uniformes
Após atraso de seis meses, hoje a prefeitura começa a distribuir uniformes para os alunos da rede municipal, com duas camisetas, um agasalho e uma bermuda. Além disso, serão distribuídos kits de material escolar a todos os estudantes, incluindo lápis, régua, cadernos e uma mochila.



Texto Anterior: Infância: Programa da Abrinq beneficia 2.263 crianças
Próximo Texto: Projeto de Defensoria Pública é elaborado
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.