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EDUCAÇÃO
Projeto que prevê transporte escolar gratuito em SP terá nova licitação
Falta de perueiro atrasa Vai e Volta
RENATO ESSENFELDER
DA REPORTAGEM LOCAL
A meta estabelecida pela Prefeitura de São Paulo de transportar,
até o final deste ano, 100 mil alunos da rede pública de ensino diariamente de casa para a escola está
sujeita a novos atrasos. Isso porque, segundo a prefeita Marta Suplicy (PT), o programa Vai e Volta, que prevê transporte escolar
gratuito, esbarra na falta de mão-de-obra qualificada.
Como reflexo do problema, a licitação aberta pela prefeitura para
contratar, até o final deste mês,
1.600 perueiros, deve ser encerrada com apenas metade das vagas
preenchidas. Os 800 cargos restantes deverão ser licitados novamente a partir do próximo dia 15.
Hoje, 427 perueiros contratados
no início do ano em regime emergencial participam do Vai e Volta,
que beneficia 25 mil crianças
(25% da meta). Para chegar às 100
mil estipuladas, seria necessário
elevar o número de motoristas
para cerca de 1.800, segundo a Secretaria dos Transportes.
A mesma licitação que será
aberta para preencher as vagas
que sobrarem do processo atual
deverá absorver os perueiros que
hoje atuam em regime de contratação emergencial.
Lançado em dezembro como
parte de um plano para facilitar a
frequência à escola, o Vai e Volta
já teve a sua licitação suspensa em
abril, por questões técnicas, mas,
mesmo assim, foi anunciado com
alarde na propaganda oficial da
gestão Marta Suplicy, em junho.
A prefeitura não nega a existência dos empecilhos. "Estamos
com dificuldades para implementar [o Vai e Volta" porque nós não
conseguimos gente para fazer a
condução, que é um transporte
qualificado", disse Marta.
"O teste é rigoroso e só uma
porcentagem pequena [de candidatos" passa", complementou o
secretário municipal dos Transportes, Carlos Zarattini. Segundo
ele, o fato de não haver mão-de-obra habilitada em quantidade
suficiente "é um problema que
não prevíamos".
A rede pública municipal de ensino conta com aproximadamente 960 mil alunos. Desses, 134 mil
se cadastraram no início do ano
para o transporte escolar, e 100
mil foram escolhidos para serem
beneficiados até o final do ano.
A seleção é feita com base em
quatro critérios: crianças com
problemas crônicos de saúde,
menor faixa etária, menor renda
familiar e que morem mais distante da escola onde estudam.
A prefeitura destinou R$ 72 milhões do Orçamento de 2002 para
o programa Vai e Volta. Os motoristas, que transportam três grupos de crianças por dia, recebem,
em média, R$ 60 por criança. Em
média, 18 alunos são transportados por "viagem".
Apesar das dificuldades, a prefeitura afirma que a meta de 100
mil crianças incluídas no programa até o fim do ano não será postergada. "Nós estamos trabalhando firmemente para isso [cumprir
o prazo"", disse Zarattini.
Uniformes
Após atraso de seis meses, hoje a
prefeitura começa a distribuir
uniformes para os alunos da rede
municipal, com duas camisetas,
um agasalho e uma bermuda.
Além disso, serão distribuídos
kits de material escolar a todos os
estudantes, incluindo lápis, régua,
cadernos e uma mochila.
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