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Beira-Mar e Abadía se uniram para achacar juízes, afirma PF
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CUIABÁ
Os dois narcotraficantes presos no país, o brasileiro Luiz
Fernando da Costa, 41, o Fernandinho Beira-Mar, e o colombiano Juan Carlos Abadía,
45, se uniram dentro de um
presídio federal para extorquir
dinheiro mediante seqüestro
de autoridades, atacar a unidade e fazer emboscadas durante
transferências de presos, segundo a Polícia Federal e o diretor do Sistema Penitenciário
Federal, Wilson Damázio.
A PF anunciou ontem ter desarticulado a organização -que
ainda não teria atuado- durante a Operação X. O principal alvo do grupo, afirma a polícia,
seriam membros do Judiciário.
Os nomes das eventuais vítimas não foram revelados.
Foram expedidos oito mandados de busca e apreensão,
sendo que quatro das oito pessoas já estavam presas, como
Abadía e Beira-Mar, que estavam na Penitenciária Federal
de Campo Grande (MS), de segurança máxima. Eles foram
transferidos para a sede da PF
em Campo Grande.
Entre os quatro presos ontem estão o advogado Vladimir
Búlgaro, detido em São Paulo, e
Ivana Pereira de Sá, 43, ex-mulher de Fernandinho Beira-Mar presa quando chegava para visitá-lo na penitenciária de
Campo Grande.
Os demais presos são José
Reinaldo Girotti, 37, e João
Paulo Barbosa, 27, que também
estavam detidos no presídio de
Campo Grande. Leandro Oliveira Oliveira dos Santos, 18, e
Leonice de Oliveira, 35, foram
presos em Andradina (MS).
Segundo a PF, os oito são
acusados de formação de quadrilha e ficarão na sede da PF na
capital de Mato Grosso do Sul.
A investigação, iniciada há alguns meses, foi conduzida pela
Diretoria de Inteligência da Polícia Federal.
Sem revelar detalhes sobre as
investigações, o diretor do Sistema Penitenciário Federal,
Wilson Damázio, disse que o
setor de inteligência do presídio havia identificado três objetivos principais da quadrilha.
"O primeiro ponto eram ataques coordenados à unidade,
como o que ocorreu em abril.
Depois estavam previstas emboscadas a comboios durante
transferência de presos. Por
fim, haveria tentativas de extorsão [de dinheiro], mediante
seqüestro de autoridades."
Considerada a mais segura
do país, a Penitenciária Federal
de Campo Grande abriga cerca
de 160 presos. Em 13 de abril, a
unidade foi atacada a tiros por
um grupo armado. Os agentes
que estavam de plantão reagiram e houve tiroteio durante
cerca 15 minutos. Granadas e
bombas de efeito moral foram
usados pelos agentes. Os agressores fugiram sem causar grandes danos ou deixar feridos,
mas, para a administração da
unidade, o ataque teria sido
apenas um "teste de força".
Advogado
O advogado Luiz Bataglin,
que representa Beira-Mar e
Abadía, se disse ontem surpreso com a operação da PF.
Afirmou que, por não conhecer o teor da acusação contra
seus clientes, recomendou que
ambos exercessem o "direito ao
silêncio" em depoimentos à PF.
Bataglin disse considerar
"sem sentido" uma eventual
participação de Abadía em um
esquema de seqüestros e extorsão. "Ele já disse que prefere
cumprir pena nos EUA e está
com a extradição autorizada.
Participar de algo assim neste
momento não tem lógica."
Sobre Beira-Mar, o advogado
disse que ele nunca comentou
sobre a suposta articulação.
Mas ressalvou: "É claro que a
gente sempre pode se surpreender".
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