São Paulo, terça-feira, 05 de agosto de 2008

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Criminosos mantêm família refém por 4 horas em Carapicuíba

Sete pessoas foram rendidas por três ladrões, presos após vizinhos alertarem polícia

JULIANA COISSI
EM SÃO PAULO

Sete pessoas de uma família foram mantidas reféns durante tentativa de assalto ontem de manhã em Carapicuíba, na Grande São Paulo. O crime durou quatro horas. Elas foram ameaçadas com uma faca de cozinha. Ninguém se feriu.
Três homens foram presos. A polícia trabalha com a hipótese de que eles integram uma quadrilha de roubos no município.
Mesmo vítima do quarto assalto em cinco anos, a família não pretende se mudar, segundo Paulo Tadashi, 41, um dos reféns. O assalto ocorreu na casa do irmão dele, no mesmo terreno onde fica o supermercado da família.
Por volta das 6h30, como fazia todos os dias, Tadashi entrava de carro no imóvel, acompanhado de sua mulher e a filha de oito anos. Dentro da casa estava o irmão, sua cunhada e suas duas sobrinhas, de 16 e 17 anos -a família pediu que seus nomes não fossem divulgados.
Enquanto o portão eletrônico se fechava, três homens encapuzados renderam-no com uma espingarda carabina.
Um dos criminosos ficou de fora, com a arma, vigiando a casa, enquanto os outros entraram com a família de Tadashi e renderam os demais parentes. Os bandidos queriam dinheiro.
Vizinhos viram a movimentação e chamaram a polícia, que logo prendeu Aerton Barretos dos Santos, 29, do lado de fora com a espingarda.
"O momento de mais medo foi quando eles perceberam a chegada da polícia e quando começou a negociação. Um deles pedia a presença da imprensa, rápido, se não cortaria a minha orelha", disse Tadashi.
Os acusados se acalmaram com a chegada dos repórteres. Eles chegaram a sujar a faca com ketchup, simulando sangue. Da janela, gritavam aos policiais que só queriam dinheiro.
Às 9h, a menina e uma das adolescentes foram libertadas. Uma hora depois, soltaram as duas mulheres. Somente com a presença de dois advogados, como pediram, Caique Ferreira Maya, 21, e Andrei Domingos de Oliveira, 29, se renderam.

Outras vítimas
O irmão de Tadashi suspeita que um dos criminosos já o assaltou há um ano. Os três ladrões vão responder por roubo com arma de fogo, mantendo vítimas sob cárcere. A pena é de quatro a dez anos de prisão, que pode aumentar para até 15.
Segundo o delegado-assistente do 1º DP , Marco Antonio Gameiro, a polícia convocará outras vítimas de assaltos para tentar reconhecer os acusados.
Os três suspeitos, segundo a polícia, confessaram o crime. Eles não tinham advogado até a tarde de ontem -os dois advogados que se apresentaram no local apenas se envolveram para garantir a rendição.


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