São Paulo, quarta-feira, 05 de agosto de 2009

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SP amplia acesso a remédio antigripe suína

Agora, qualquer médico poderá receitar o Tamiflu no Estado; antes, pacientes precisavam passar por um hospital de referência

Apesar da descentralização, apenas pacientes do grupo de risco ou em estado grave podem receber o remédio, que será distribuído em 50 locais

TALITA BEDINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

O governo de São Paulo decidiu ontem facilitar o acesso do Tamiflu, medicamento usado para combater a gripe A (H1N1), conhecida por gripe suína, para pacientes em estado grave ou que fazem parte do grupo de risco, como grávidas, crianças de até dois anos e pessoas com problemas respiratórios ou cardíacos.
Com a mudança, qualquer médico poderá receitar o remédio, que será retirado pelo próprio paciente (ou algum representante) em 50 postos espalhados pelo Estado.
Antes, em São Paulo, o paciente que tivesse o medicamento receitado pelo médico particular teria que passar por um dos hospitais de referência, que pedia o Tamiflu para a vigilância epidemiológica.
A mudança descentraliza a distribuição do remédio, seguindo recomendação do Ministério da Saúde feita na semana passada. No Rio de Janeiro, desde a última sexta-feira o medicamento pode ser retirado em 45 quartéis do Corpo de Bombeiros.

Formulário
Os 50 postos para a retirada do Tamiflu em São Paulo serão implantados até sexta-feira. Até o final da semana, a Secretaria de Saúde também disponibilizará em seu site um formulário que deverá ser preenchido pelos médicos para a prescrição do antiviral. Apenas com o formulário e a receita médica será possível ter acesso ao Tamiflu.
Anteontem, o Ministério da Saúde já havia anunciado que o medicamento está liberado para as pessoas fora do grupo de risco, desde que com aval do médico e de uma autoridade sanitária. O remédio só pode ser receitado em até 48 horas após o aparecimento dos sintomas.

Uso indiscriminado
Para o infectologista Caio Rosenthal, do Instituto Emílio Ribas, a descentralização pode ajudar a reduzir o número de internações. "Há estudos que mostram que o medicamento evita 30% das hospitalizações por causa do vírus e diminui em 24 horas o período de sintomas da doença", afirma.
Rosenthal alerta, entretanto, que é necessário que o protocolo do ministério seja seguido pelos médicos, para evitar o uso indiscriminado do remédio, que pode tornar o vírus resistente ao medicamento.
Ontem, a OMS (Organização Mundial da Saúde) anunciou que foram registrados seis casos de pacientes com resistência ao Tamiflu. O número de mortos no mundo, de acordo com a agência, subiu para 1.154, sendo 1.008 deles no continente americano.
Ontem, a Secretaria de Saúde de São Paulo anunciou o registro de mais 13 mortes causadas pelo novo vírus. No total, o Estado tem agora 50 óbitos.


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