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SP amplia acesso a remédio antigripe suína
Agora, qualquer médico poderá receitar o Tamiflu no Estado; antes, pacientes precisavam passar por um hospital de referência
Apesar da descentralização, apenas pacientes do grupo de risco ou em estado grave podem receber o remédio, que será distribuído em 50 locais
TALITA BEDINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
O governo de São Paulo decidiu ontem facilitar o acesso do
Tamiflu, medicamento usado
para combater a gripe A
(H1N1), conhecida por gripe
suína, para pacientes em estado grave ou que fazem parte do
grupo de risco, como grávidas,
crianças de até dois anos e pessoas com problemas respiratórios ou cardíacos.
Com a mudança, qualquer
médico poderá receitar o remédio, que será retirado pelo próprio paciente (ou algum representante) em 50 postos espalhados pelo Estado.
Antes, em São Paulo, o paciente que tivesse o medicamento receitado pelo médico
particular teria que passar por
um dos hospitais de referência,
que pedia o Tamiflu para a vigilância epidemiológica.
A mudança descentraliza a
distribuição do remédio, seguindo recomendação do Ministério da Saúde feita na semana passada. No Rio de Janeiro,
desde a última sexta-feira o
medicamento pode ser retirado
em 45 quartéis do Corpo de
Bombeiros.
Formulário
Os 50 postos para a retirada
do Tamiflu em São Paulo serão
implantados até sexta-feira.
Até o final da semana, a Secretaria de Saúde também disponibilizará em seu site um formulário que deverá ser preenchido pelos médicos para a
prescrição do antiviral. Apenas
com o formulário e a receita
médica será possível ter acesso
ao Tamiflu.
Anteontem, o Ministério da
Saúde já havia anunciado que o
medicamento está liberado para as pessoas fora do grupo de
risco, desde que com aval do
médico e de uma autoridade sanitária. O remédio só pode ser receitado em até 48 horas após o
aparecimento dos sintomas.
Uso indiscriminado
Para o infectologista Caio
Rosenthal, do Instituto Emílio
Ribas, a descentralização pode
ajudar a reduzir o número de
internações. "Há estudos que
mostram que o medicamento
evita 30% das hospitalizações
por causa do vírus e diminui em
24 horas o período de sintomas
da doença", afirma.
Rosenthal alerta, entretanto,
que é necessário que o protocolo do ministério seja seguido
pelos médicos, para evitar o uso
indiscriminado do remédio,
que pode tornar o vírus resistente ao medicamento.
Ontem, a OMS (Organização
Mundial da Saúde) anunciou
que foram registrados seis casos de pacientes com resistência ao Tamiflu. O número de
mortos no mundo, de acordo
com a agência, subiu para 1.154,
sendo 1.008 deles no continente americano.
Ontem, a Secretaria de Saúde
de São Paulo anunciou o registro de mais 13 mortes causadas
pelo novo vírus. No total, o Estado tem agora 50 óbitos.
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