São Paulo, sexta-feira, 05 de agosto de 2011

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ANTONIO JULIO DE JESUS TRINDADE (1946-2011)

Julio Pirata, um aventureiro

ANDRESSA TAFFAREL
DE SÃO PAULO

Português de Lisboa, Antonio Julio de Jesus Trindade dizia que passar a vida toda no lugar onde nasceu era muito comodismo. Por isso, ainda antes dos 20, trocou a terra natal pela França, onde viveu por 15 anos. Lá, conheceu a mulher, Yane, e teve seu único filho, Rodolphe.
Também moraram por curtos períodos nos EUA, no Canadá e no Caribe.
Em cada país, Julio ocupou uma função diferente: foi faxineiro, maître e até goleiro da Seleção Juvenil de Portugal.
O Brasil ele adotou em 1981. Primeiro Salvador, depois Fortaleza, onde abriu seu último negócio, o Pirata Bar. Por causa dele, passou a ser chamado de Julio Pirata.
Irreverente, gostava de usar roupas coloridas, que contrastavam com o bigodão e os cabelos compridos.
O jeito alegre também virou marca registrada do empreendimento. Promoveu torneios de "futbar" -quando a pista de dança dava lugar a partidas de futebol-, o 1º Festival Brega e Corno do Brasil e o primeiro "show profissionalmente fuleiro do cantor Falcão", hoje famoso.
Também transformou o local num espaço para promover a cultura cearense, com destaque para o forró.
Em 1991, criou a Fundação Pirata Marinheiros, que atende cerca de 40 crianças de oito a 15 anos, além de idosos.
Em maio do ano passado, descobriu um tumor no cérebro. Morreu no sábado (30), aos 65 anos. Deixa a mulher e o filho, com quem formava uma verdadeira trindade, como costumava dizer.
Hoje, às 19h30, será realizada uma missa em sua homenagem na paróquia Santa Luzia, em Fortaleza.

coluna.obituario@uol.com.br


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